Dia decisivo para o Fluminense, Pedro Abad e a temporada de 2019. O Conselho Deliberativo vota, nesta quinta-feira, o processo de impeachment do presidente e irá definir os rumos do Tricolor. O LANCE! preparou uma série de reportagens sobre o evento que se iniciou há meses e fez com que o clube se arrastasse na crise dentro e fora dos gramados.
O clima pelo impeachment começou a ficar mais quente e real já em julho. Em reunião do Conselho Deliberativo nas Laranjeiras, a oposição tentava protocolar o pedido de impedimento enquanto torcedores fizeram um protesto nada pacífico - com arremessos de explosivos, pedras e até cavalete de metal - e tentaram invadir a sede. No fim, o grupo Unido e Forte segurou a lista para tentar conseguir mais assinaturas.
Depois de acusações, quebras de alianças e instabilidade, o primeiro passo para a votação foi dado, capitaneado pelo grupo Unido e Forte, antes parte do grupo de apoio, que, enfim, protocolou o pedido em 17 de agosto. Naquela ocasião, 77 pessoas assinaram a peça. Os grupos 'Pró Flu', 'Flu +' e 'Tricolor de Coração' também apoiaram a solicitação de afastamento do mandatário.
Depois, a Comissão para Assuntos Disciplinares do Conselho Deliberativo do Fluminense julgou procedente o pedido de impeachment do presidente Pedro Abad. Oito dos 10 itens elencados no documentos foram aceitos. O estatuto prevê que cabia ao presidente do Conselho marcar a data da sessão que analisaria o caso.
O ato final, pelo menos por enquanto, é nesta quinta-feira: a sessão do impeachment só poderá ocorrer com a presença mínima de 150 pessoas. Para ser aprovado, o pedido precisa de 2/3 dos votos dos presentes. Membros da situação e oposição disputam entre si as estratégias para buscar votos para o seu lado.
Se Abad sofrer o impeachment, Cacá Cardoso, vice-geral na chapa de situação e que renunciou ao cargo em maio, deveria assumir. Mas, como não está mais no cargo, o estatuto do Fluminense determina que o presidente do Conselho Deliberativo, Fernando Leite, precisa convocar nova eleição em até 45 dias após a aprovação do impeachment.
Caso a votação favoreça o atual mandatário, o presidente permanece no cargo e o processo é arquivado. As indefinições políticas do clube têm atrasado o planejamento da temporada e a busca por reforços. O Flu já está atrás dos outros clubes na montagem do elenco e os problemas internos atrapalham diretamente o futebol.
Como está o conselho atualmente: o Fluminense conta com 215 conselheiros aptos a votar no processo de impeachment. Para que a sessão seja aberta, 150 precisam estar presentes. A Flusócio e os Esportes Olímpicos, principal grupo de apoio de Abad, compõe cerca de 50% do total. Cerca de 110 conselheiros romperam com a gestão. Ou seja, será uma briga de votos até o final.