A ausência de Paulo Henrique Ganso sempre foi um problema estrutural para o Fluminense. Desde os tempos de Fernando Diniz, o camisa 10 era o grande pensador da equipe: articulava as jogadas, acelerava o ritmo e entregava o passe que mudava o jogo. Quando não estava em campo, o time perdia identidade e fluidez.
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Nos últimos meses, esse cenário se acentuou. Primeiro, Ganso enfrentou um problema cardíaco no início da temporada, que o afastou por semanas, incluindo o Mundial de Clubes. Mais tarde, após breve retorno, voltou a conviver com problemas físicos, desta vez na panturrilha. O resultado foi a dificuldade em encontrar um substituto natural.
A tentativa inicial recaiu sobre Jhon Arias, que por momentos chegou a desempenhar parte da função criativa. Mas não era sua especialidade. Arias entregava intensidade, movimentação e técnica, mas não possuía a mesma capacidade de articulação. Com a saída do colombiano, Renato Gaúcho optou por reforçar o meio com três volantes, fórmula que trouxe equilíbrio, mas não solucionava a falta de um armador.
Foi nesse contexto que Lucho Acosta ganhou espaço. Ainda sob Renato, começou a ser testado na função e chegou a ser titular no último jogo antes da saída do treinador, contra o Lanús, no Maracanã. Com a chegada de Luis Zubeldía, a tendência se consolidou. O argentino declarou em sua primeira coletiva que gosta de trabalhar com um camisa 10. Citou Ganso como referência de articulador clássico, mas destacou também o valor de jogadores de características diferentes, mais verticais, que se aproximam do perfil de Acosta.
Em campo, o meia vem correspondendo. Desde sua estreia, as jogadas de ataque passam por seus pés. Ele busca tabelas rápidas, arrisca passes de primeira e dá fluidez ao setor ofensivo. Contra o Sport, marcou o primeiro gol do jogo, coroando mais uma atuação de destaque.
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Lucho Acosta surge, assim, como resposta para uma lacuna que o Fluminense carregava sempre que Ganso se ausentava. Mais do que suprir temporariamente, vem se firmando como alternativa real dentro do elenco, ajustando-se ao modelo de Zubeldía e mostrando que o Tricolor pode ter, novamente, um cérebro criativo além do camisa 10.