O Fluminense sabia que apenas um desastre o eliminaria da Taça Rio. Também estava ciente que a equipe estava desgastada pelos 11 jogos realizados nos últimos 48 dias. Ao colocar os reservas em campo, neste domingo, contra o Flamengo, o técnico Fernando Diniz sabia que estava diante de um risco calculado, mas o desempenho foi melhor que o esperado. Apesar da derrota por 3 a 2, não faltou vontade para a equipe tricolor.
Claro, ninguém esperava uma atuação de gala devido ao contexto, mas o rendimento se dividiu em duas partes: ruim na primeira etapa e positiva na segunda. Dos onze que iniciaram a partida, apenas dois titulares: Paulo Henrique Ganso e Caio Henrique. O camisa 10, bem marcado, sofreu com a falta de entrosamento com o restante dos companheiros. Já o camisa 19 foi deslocado para fazer a função de falso nove.
- O Caio Henrique é muito versátil. Já jogou assim no Paraná clube. Já jogou de falso nove. Pelas peças que a gente tinha e adota, ele se adapta muito bem. A intenção era ter flutuação, faltou ter mais posse. Tínhamos que ter jogado mais pra frente - declarou Fernando Diniz sobre a ideia de utilizar Caio Henrique como falso nove.
Até os 15 minutos do segundo tempo, foi um duelo entre titulares entrosados contra reservas fora de sintonia. Um confiante Flamengo contra um afobado Fluminense. A velocidade de Bruno Henrique contra zagueiros facilmente superados na linha de impedimento. Um Diego inteligente contra uma marcação pouco agressiva dos volantes. Um Gabigol artilheiro que não perdoou um erro bobo de passe de Allan. O 3 a 0 no placar parecia sem volta...
Até que a estrela dos reservas brilhou. Ou melhor, dos reservas dos reservas. Dodi e João Pedro entraram na segunda etapa e mudaram a partida. O abatimento que tomava conta do Fluminense virou uma reação que por pouco não se transformou em empate. Destaque para a estrela do atacante de 17 anos que marcou o seu primeiro gol profissional no primeiro clássico que disputou.
Apesar da derrota, o Fluminense tira coisas boas e ruins no clássico. Positivamente, Marcos Calazans não se intimidou durante os 90 minutos e Agenor mostrou que pode ser sombra para Rodolfo. Negativamente, os constantes erros do sistema defensivo, principalmente pelo lado esquerdo, e a dificuldade em marcar um ataque veloz precisam ser corrigidos.
O risco calculado levou o Fluminense a um novo confronto contra o Flamengo, desta vez pela semifinal da Taça Rio. Então, será um novo tira-teima - com todos os titulares em campo e descansados. O Tricolor tem a vantagem do empate devido a liderança do Grupo B neste segundo turno.
Dia 24/03/2019 14:52
Atualizado em 25/03/2019 06:00