O Fluminense foi derrotado por 2 a 0 pelo Vasco, nesta segunda-feira (20), no Maracanã, em jogo válido pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado ampliou a oscilação tricolor sob o comando de Luis Zubeldía e trouxe novamente à tona uma questão recorrente: a escolha do técnico argentino por Germán Cano como titular no lugar de John Kennedy.
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A decisão já havia sido tomada na rodada anterior, contra o Juventude, e novamente o desempenho da equipe foi comprometido. Com Cano em campo, o Fluminense teve dificuldade para se conectar ofensivamente e pouco criou diante do Cruz-Maltino. O time teve domínio territorial nos 15 a 20 minutos iniciais — algo reconhecido por Zubeldía e Fernando Diniz nas entrevistas pós-jogo —, mas sem contundência. A única chance clara surgiu após pressão alta, quando o próprio Cano parou em Léo Jardim, desperdiçando uma chance clara.
O problema, no entanto, vai além da falta de gols. O estilo de Cano não se encaixa no modelo de jogo atual do Fluminense, especialmente com Lucho Acosta, peça mais influente do time desde a chegada de Zubeldía. O argentino atua com passes curtos, triangulações e tabelas rápidas, algo que dialoga melhor com o perfil de John Kennedy, que sustenta jogadas, participa da construção e acelera em transição.
O Fluminense tem se organizado com três jogadores na base da jogada, buscando ligações diretas e passes verticais para um homem de referência. Nesse papel, JK oferece retenção, giro e progressão — atributos que Cano não tem. O camisa 14 é um finalizador nato, eficiente dentro da área, mas pouco participativo fora dela.
A insistência de Zubeldía pode custar caro. Não há tempo para pensar. O Tricolor vive nesse momento uma sequência de jogos crucial para decidir seu futuro no Brasileirão. O objetivo máximo na competição é a vaga direta na Libertadores. A derrota para o Vasco já dificulta esse caminho, por isso a rota precisa ser ajustada ainda contra o Internacional, e isso passa pela promoção do JK ao time titular.
A equipe é mais perigosa e fluida com John Kennedy, que vive fase melhor e amplia o repertório ofensivo. Enquanto o treinador parece tentar preservar hierarquias, o Fluminense perde ritmo e poder de fogo em um momento decisivo do campeonato. O argentino foi questionado, mais uma vez pela escolha, na coletiva. A resposta indica que não deve haver mudanças. Cano ainda parece ser a primeira opção.
— Cano é goleador, é uma peça importante para a equipe, já falei isso. Se hoje ele fizesse um gol pela marcação alta que fizemos, já estaríamos falando outra coisa. Goleadores são assim. Goleadores quando aparecem e fazem gol, nos abraçamos. Quando não fazem gol, pedimos o que não está jogando. Se tivéssemos feito o gol, estaria tudo bem. Não fizemos o gol e começamos a discutir porque jogou um e porque não jogou outro. Tudo se analisa por causa do resultado. O primeiro tempo saímos injustamente perdendo por 1 a 0. Tivemos oportunidades, pressionamos o rival, tivemos lances mais que claras… Depois, quando o resultado não vem, discutimos por não jogou John Kennedy, porque jogou tal jogador. É uma decisão que cabe a mim.
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Como fica o Fluminense?
Com o resultado, o Fluminense fica estacionado na tabela com 41 pontos e na sétima colocação do Campeonato Brasileiro. O Tricolor volta a campo para enfrentar o Internacional no próximo sábado (25), 17h30 (de Brasília), no Maracanã.