Escrito por Lance!
O Flamengo viveu uma manhã conturbada no aniversário dos seus 122 anos. Cerca de cem torcedores - a maioria de organizadas - foram ao centro de treinamento do clube, o Ninho do Urubu, na manhã desta quarta-feira, para protestar contra os maus resultados recentes do time. O clima esquentou, e a Polícia Militar teve de intervir com ajuda de seguranças particulares. O carro do vice-presidente de futebol, Ricardo Lomba, teve uma lanterna quebrada. Alguns atletas também tiveram os veículos cercados pelos manifestantes.
- Honrem a camisa, vagabundo o meu Flamengo não precisa - gritavam.
No momento mais tenso, houve empurra-empurra entre seguranças particulares e torcedores. No entanto, um grupo mais contido conseguiu evitar o pior e o início da pancadaria.
Os torcedores levaram faixas e pediram a saída de alguns dirigentes, como o diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano. Entre os dizeres estavam: 'Salário em dia, p... em falta'; 'Se damos a vida, exigimos que vocês deem o sangue'. Os jogadores também foram alvos de reclamações individuais. Alguns dos mais criticados foram Márcio Araújo, Gabriel, Alex Muralha, Rafael Vaz e Rômulo. Antes de deixarem a entrada do Ninho, os torcedores jogaram ovos e pipoca no chão e gritaram 'Time sem vergonha'.
Após muitas reclamações e pedidos para que honrassem a camisa, a maior parte dos torcedores deixou o Ninho do Urubu. Um rubro-negro solitário chamou atenção em outro momento. Ele desceu de um caminhão e começou a proferir xingamentos em direção ao CT. Revoltado, ele ameaçou quebrar o Ninho caso o Flamengo não conquiste a Sul-Americana e ainda exigiu a saída do presidente Eduardo Bandeira de Mello.
- O Flamengo não é essa imundície, o Corinthians já ultrapassou a gente em títulos - gritava.
O presidente Bandeira de Mello estava na comemoração do aniversário do clube, na Gávea, mas foi ao CT na companhia de outros dirigentes depois que o protesto começou. Dentro do Ninho, os jogadores fizeram o último treino preparativo para o duelo contra o Coritiba.
No período da tarde, o protesto seguiu para a Gávea. As mesmas faixadas levadas ao Ninho do Urubu ficaram estampadas em frente à sede social.