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OPINIÃO: Por que Michael tem a receita para brilhar no Flamengo

Depois de anos difíceis e rejeições na carreira, atacante de 23 anos e maior investimento do Rubro-Negro em 2020. Vai render o esperado? Confira a análise

(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)
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"Falavam: 'Aquele peladeiro vai para o Goianésia e ser igual estilingue, ir e voltar'".

Michael sabe como poucos o peso de ter que dar certo em uma profissão cruel e concorrida. A frase acima foi ouvida por ele quando engatinhava na carreira profissional e passava aperto financeiro.

Os anos anteriores de várzea estavam sobre as suas costas e, para quem o esnobava, serviam para alimentar desconfiança e chacota.

Além de seis portas fechadas nos tempos em que era para estar nas categorias de base, Michael superou as drogas e ameaças de morte para, hoje, ser o protagonista da transferência mais cara do futebol brasileiro do ano (até aqui).

E Michael segue longe de se livrar das críticas destrutivas e atreladas à sua trajetória.

Em uma ocasião, um técnico conhecido no cenário nacional confidenciou em uma roda na qual eu estava: "Todo treinador gosta de um peladeiro". Desta vez, contudo, o termo não pendeu para o lado pejorativo. Pelo contrário, apontava justamente para as características encontradas em Michael: a do drible corajoso, e até inconsequente - cada vez mais raro em nossos gramados.

No último Campeonato Brasileiro, Michael foi quem mais tentou e quem mais acertou dribles. Tinha uma equipe que se limitava a reagir às ações adversárias e a dar campo para que o "Robozinho" fosse letal nos contra-ataques.

Agora, com a camisa do Flamengo e sob o comando de um técnico perfeccionista, terá que se adaptar a uma nova proposta de jogo e contar com a paciência de todos os envolvidos neste processo, inclusive a das arquibancadas.

Ainda é cedo para arriscarmos como Jorge Jesus o utilizará na equipe. Pode ser mais aberto, em um esquema pontual com extremos, ou até como "avançado", ao lado de outro atacante, podendo repetir a receita de sucesso de Bruno Henrique.

Aliás, o exemplo de Bruno Henrique corrobora com o principal motivo para que eu aposte no êxito de Michael, já que o camisa 27, embora mais rodado ao chegar no Ninho do Urubu, também era ponta, sem a bagagem das categorias de base e que, nas mãos certeiras de Jorge Jesus, fez a melhor temporada de sua carreira, em outro setor do campo.

Acredito que Michael seguirá esta toada, sobretudo pelas provações já suplantadas e lucidez quanto a uma oportunidade que, como o jovem de 23 anos conhece bem, é raríssima para quem saiu de onde ele saiu.

* Lazlo Dalfovo é setorista do Flamengo desde junho de 2019