Técnico do Flamengo, Filipe Luís justificou a opção de começar com Pedro no banco de reservas no empate por 0 a 0 com o Cruzeiro, nesta quinta-feira (2), no Maracanã, pela 26ª rodada do Brasileirão. Em entrevista coletiva, o treinador afirmou que as decisões foram tomadas a partir do plano de jogo traçado para enfrentar o adversário.
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— Tudo vai em função do nosso plano de jogo, das características que eu acredito que a equipe precisa para vencer o jogo. Independente dos nomes. Os nomes e a idade não me importam. Vai sempre me importar o que eu acredito, eu, como treinador, que a equipe precisa e qual é o caminho para vencer a partida. Nem sempre vou acertar; às vezes acerto, às vezes erro, é normal do meu trabalho, mas são as minhas convicções — afirmou o comandante rubro-negro, que seguiu:
— O Cruzeiro é o time que joga com a linha mais alta do campeonato, e isso foi assim no jogo de ida. Muitas vezes, se você não estica essa linha, se você não incomoda essa linha, você fica no seu campo jogando o jogo todo. Então a opção foi puramente estratégica pelo plano de jogo, todas elas. Talvez seria um jogo hoje para o Wallace (Yan), mas eu optei pelo Pedro porque eu também acreditava que, por onde estávamos entrando, poderia chegar para finalizar essa bola dentro da área — continuou.
Filipe Luís também explicou a substituição de Arrascaeta no segundo tempo e a permanência de Plata.
— Naquele momento do jogo, eu optei por tirar o Arrascaeta e deixar ele (Pedro) na posição do Arrascaeta, e o Plata continuava fazendo os mesmos movimentos. Até mesmo porque, para mim, na minha opinião, tanto o Plata como o Carrascal foram os melhores do time. Então estava realmente difícil tirar, porque o time estava muito bem e estava sendo um jogo muito equilibrado, em nível tático muito alto, e qualquer mudança tem uma consequência. Tanto é que o treinador deles também não trocava, e assim foi quase até o final — concluiu.
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Outras respostas de Filipe Luís após Flamengo x Cruzeiro
Desafios de um ano no Flamengo
— Um ano. Sensações incríveis do primeiro jogo. Desde então cada vez mais emoções. Venho melhorando e estudando muito para continuar evoluindo. Não paramos de aprender neste trabalho. Estou muito feliz onde estou, por estar liderando este grupo. Foi um prêmio viver um jogo deste nível. Jogo altamente tático, estudado. Muito intenso, na intensidade europeia. De primeiro contra segundo até então. Altíssimo nível e a balança pode pender para os dois lados.
— Os desafios são diários. Todo dia se apresentam novos desafios, novas decisões, situações para resolver de formas diferentes. Situações tanto físicas, emocionais. Então é um trabalho onde eu ainda estou me conhecendo muito. O que eu vivi na Libertadores no outro dia, eu nunca tinha vivido como jogador. E olha que como jogador também é muito intenso e acho que nada se compara a ser jogador de futebol. Mas o que eu vivi no outro jogo da Libertadores, foi o auge de um esporte na minha vida. Então, eu sou muito grato pelo que eu estou vivendo aqui. E o que eu falei, acho que os desafios se apresentam todos os dias, e a gente tem que ir resolvendo, e sempre tentando evoluir em cima dos erros e dos acertos.
Samuel Lino precisa de confiança?
— O Lino, todo mundo sabe da qualidade, ele já demonstrou quando chegou aqui. E todo jogador, principalmente no Flamengo, oscila. O Lino teve uma sequência muito pesada de jogos, muito difícil. O jogo da Libertadores teve uma carga grande, e depois de três dias teve que jogar também contra o Corinthians, jogos muito difíceis. Talvez ele tenha sentido um pouco no jogo contra o Corinthians e isso fez o rendimento cair um pouco. Agora, é importante entender que os dribladores são os jogadores que mais perdem bola. Isso é uma coisa natural do futebol, nas estatísticas, em todos os lugares. Sempre que você tem um driblador, que no nosso caso será o Cebolinha, o Michael, o Samuel Lino, o próprio Plata quando joga aberto, são os jogadores que arriscam o um contra um e se expõem muito.
— Uma das coisas que eu tentei muito hoje era explorar esse um contra um dele contra o William, mas o Cruzeiro dobra muito bem a marcação. Então vinham dois, três, e não era um jogo fácil para ele, em nível tático, e ele não teve uma performance no nível que vinha apresentando antes. O difícil é, na primeira vez que ele dá uma oscilada, já vem a vaia. E isso, claro, quase sempre acontece com os dribladores. É importante que a gente saiba que esse tipo de jogador tem a confiança do treinador. Sou eu que peço para ele driblar, sou eu que peço para ele ir para cima, para buscar a jogada individual, porque quando ele consegue passar ele gera muita vantagem. Então, espero que ele não se abale com isso, porque é uma coisa absolutamente normal, e que ele recupere a alegria e continue indo para cima o quanto antes.
Substitições tardias
— Primeiro, eu troquei o Lino, porque realmente não estava fazendo um bom jogo, e por pura parte estratégica, optei por deixar o Bruno daquele lado do William. O Bruno até conseguiu a expulsão, mas eu acreditava que poderíamos ter uma característica que precisávamos daquele lado que o Lino estava jogando. O resto do time estava no nível muito alto. Eu não via, sinceramente, ninguém com a necessidade de trocar, porque todo mundo estava fazendo o jogo do nível altíssimo. Plata, Arrascaeta, Carrascal, os dois volantes, e os laterais estavam dando a estabilidade para o time que melhor contra-ataca do campeonato (Cruzeiro). Tínhamos que parar esses contra-ataques, e a partir do momento que eu senti que o cansaço chegou, no Arrascaeta e também no Carrascal, que estava sendo um espetáculo, eu optei sim por trocar. Então, as trocas muitas vezes elas vêm, mas as vezes eu troco já logo, porque eu vejo que os jogadores não estão bem, mas hoje eu via que todos eles estavam num nível altíssimo e por isso que segurei até quando eu senti que caiu o nível. As vezes as trocas não dão certo, então eu vou muito do que eu estou vendo no campo.
Carrascal não é mais o "reserva do Arrascaeta"?
— Os dois podem jogar juntos. Jogaram juntos os últimos dois jogos e foram muito bem. (O Carrascal) consegue fazer toda a fase defensiva, pressiona, corre para trás, ataca espaço, tem muita qualidade, se associa com os companheiros , entende muito bem o jogo e o modelo. Está cada vez mais se firmando na equipe porque é um jogador de qualidade extrema. A posição dele: ele quer jogar. Ele é meia, mas pode jogar na ponta, de falso nove, de nove e também na meia. É um jogador com talento imenso e estamos muito felizes.
O que Carrascal traz ao time?
— Tem uma qualidade. Gera vantagem pela qualidade. É um jogador que quando pressionado tem um domínio orientado esplêndido. Consegue tirar os jogadores da frente. É um jogador que vê o jogo de uma forma diferente, vê uma jogada na frente. Chega na área, consegue dar assistência e o, principal para mim, se sacrifica o tempo todo pela equipe. E isso faz ele se credenciar para estar entre os onze titulares.
Poucas finalizações
— Esse debate estou escutando desde o começo do trabalho, que o time chuta pouco. Quando o Luiz Araújo está no campo, ele chuta. É um jogador que tem o perfil de chutar mais. Quando o Gerson estava aqui não chutava, outros chutam mais. Então existem jogadores que têm mais facilidade de finalizar as jogadas e outros, menos. Eu quero que chutem, peço que sim, mas a decisão em campo é do jogador e eles tentam tomar a melhor decisão para ajudar a equipe. O torcedor muitas vezes quer que chute mais, vocês querem, mas é o jogador que decide.
Ramon Abatti Abel
— Bom, sempre que eu, como treinador, sempre que sentei nessa cadeira aqui, optei por não falar dos árbitros… mas é difícil. É difícil, sinceramente. Porque você tem sentimento na beira do campo, você está vendo o árbitro apitar. Quando saiu o nome dele nós já sabíamos que seria complicado. O perfil do juiz que apita o jogo do Flamengo, quando sai a lista, você já sabe que vai ser complicado. Então, o que eu posso falar? Começa o jogo, as decisões não são iguais. Como vocês mesmos falaram, os critérios não são iguais. Cartões primeiro e depois não dá cartão, depois dá o cartão em uma jogada que ele não deu antes. É, eu não sei. Não sei se estava nervoso, se estava com medo de apitar, mas essas coisas transmitem aos jogadores, torna o jogo lento, torna o jogo chato, ruim para o espectador. E a nossa referência, como você falou, para melhorar, é a Premier League. Nós temos que copiar os árbitros da Premier League sempre, o jeito que eles fazem. Nós temos árbitros bons no Brasil, o jeito que eles apitam lá, é tentar copiar o máximo possível dos melhores. É isso. Eu faço isso como treinador, eu copio dos melhores. É o único jeito de melhorar. Mas vocês sabem bem o quanto nos prejudica um juiz que apita o jogo.
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