Filipe Luís admitiu o desempenho ruim do zagueiro João Victor na derrota do Flamengo por 2 a 1 para o Fluminense nesta quarta-feira (19), no Maracanã, pela 34ª rodada do Brasileirão. Em entrevista coletiva após a partida, o técnico rubro-negro afirmou que o existe diferença grande de nível entre os jogadores da base e os titulares da posição, como Léo Pereira, Léo Ortiz e Danilo.

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— Eu dei os minutos quando eu pude dar os minutos. Nós viemos jogando a nossa vida desde que eu assumi meu posto de trabalho. Todos os jogos, lutando pela liderança desde a primeira rodada do Brasileiro, e não tem tempo para revezar, não tem tempo para dar minutos. Então eu consegui dar minutos para os meninos um pouco mais na Copa (do Brasil), contra o Botafogo-PB. A diferença entre os jogadores que estão é muito grande. O Léo, o Danilo, são jogadores de Seleção Brasileira. O nível deles é muito alto, muito alto. Isso é o que é importante que vocês entendam — avaliou Filipe.

— Quando a torcida, todo mundo, pede os meninos da base, eu também quero colocar. Eu sempre falei, vai por rendimento. Eu vejo a diferença de nível que existe desses homens que estão prontos, o Danilo já tem 34 anos, para os meninos que estão começando, que vão errar, é normal. Mas chegamos nesse momento da temporada onde precisamos deles, e eu não tenho medo de colocar — comparou o técnico do Flamengo.

— Agora, claro, infelizmente ele (João Victor) não fez um bom jogo. Eu tenho confiança, eu já vi ele performar, eu sei o nível que ele pode dar, mas realmente era um jogo muito difícil. Pensei em várias outras opções, mas não existiam, sinceramente, com os jogadores que estão agora disponíveis para esse jogo. Era, na minha opinião, a melhor opção. Infelizmente ele teve um jogo abaixe. Ele, eu, todos tivemos um primeiro tempo muito abaixo, e isso custou depois para recuperar, para entrar no jogo, e, com isso, a derrota — concluiu o treinador rubro-negro.

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Filipe Luís foi questionado sobre a manutenção de Samuel Lino como titular do Flamengo, mesmo com o bom momento que vive Everton Cebolinha. O técnico que teve dúvidas antes de dividir a escalação, mas optou pelo camisa 16.

— Muito bom que o Cebolinha venha crescendo, porque quando um não está tão bem, entra outro para poder melhorar e potencializar. São os jogadores que melhoram a equipe quando entram nisso. Para isso, então, são os jogadores que ficam fora. No caso, o Lino vinha crescendo depois do jogo da Libertadores. Ele teve a oportunidade contra o Sport, ele vinha crescendo. É um jogador em quem temos muita confiança. Vemos no dia a dia o quanto ele se esforça. Realmente, fez um jogo abaixo contra o Sport, como toda a equipe — disse Filipe.

— Estava na minha cabeça, a dúvida entre os dois, mas sabendo que o Cebolinha vem crescendo e que vai potencializar a equipe na hora que entrar. E assim foi. Entrou, entrou bem, melhorou a equipe. Para isso, estão os que estão fora, para poder ajudar — completou.

Filipe Luís durante Fluminense x Flamengo (Foto: Delmiro Junior/Photo Premium/Gazeta Press)

Outras respostas de Filipe Luís após Fluminense x Flamengo

Postura do Flamengo

— Posso te dizer que ânimo e atitude não foi. Isso tenho certeza absoluta. Os jogadores estavam correndo, executando tudo que pedi na fase defensiva. Voltando para marcar… Existiram situações de contra-ataque que voltaram os dez para marcar, os jogadores querem. Mas quando você constrói e o adversário está se defendendo, destruindo, contra-atacando, dá a impressão que o adversário quer muito mais. Que estivemos tecnicamente abaixo não tenho nenhuma dúvida. Para jogar bola, tem que estar tudo fino. Não estivemos, o adversário quis jogar no nosso erro e enfim… na elite, o que se exige é o mais alto nível, que não estivemos no primeiro tempo.

Avaliação do planejamento e possível substituição ainda no primeiro tempo

— A análise do planejamento se faz quando acabar o ano. Tivemos muito tempo para preparar a temporada. Sobre as trocas no primeiro tempo, passou pela minha cabeça e optei por não fazer, optei por seguir assim.

Time caiu taticamente?

— Tem de tudo. O time taticamente no campo vejo quase sempre muito bem postado. As vantagens estão aí. Muitas vezes não se aproveitam, por inúmeras razões. Mas perdermos contra o Fluminense hoje, vencemos contra o Sport, contra o São Paulo vencíamos até a expulsão. Vejo o time chegando. Claro que tem ajustes a se fazer, faço análise, mas vejo erros técnicos que levam a equipe a não aproveitar a vantagem que estamos gerando.

Lesão de Pedro

— Como foi anunciado, é uma lesão muscular que é difícil, assim como é o braço, mas até a véspera e que ele não esteja no campo, acredito que ele possa estar.

Por que repetiu a defesa?

— Não tem ninguém. Varela na seleção. Léo Ortiz machucado, Danilo jogou ontem, 45 minutos, Viña e Alex Sandro na Seleção. Simples.

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Por que tirou Luiz Araújo e não acionou logo Cebolinha?

— Eu entendi que o Luiz estava um pouco abaixo no primeiro tempo na questão de gerar jogo. Não estávamos aproveitando as vantagens que tínhamos na direita. Coloquei o Carrascal nessa posição porque ele tem uma característica de quebrar linhas muito apurada. Optei por mudar a estrutura, fazer o Saúl ganhar altura e poder chegar na área. Com isso, a equipe melhorou, conseguiu chegar com mais facilidade na área do Fluminense, gerar volume… mas é uma equipe que se sacrifica, toma poucos gols aqui e é difícil entrar. Nosso time gerou volume, poucas ocasiões, mas tentamos aproveitar o cabeceio do Juninho porque imaginávamos pela forma que era o jogo que seria difícil chegar por fora.

Zubeldía mais enérgico fora de campo

— Se gritar fora do campo ganhasse jogo, o Ancelotti não seria o treinador mais vitorioso da história. Cada um tem a sua forma de ser, eu tenho a minha, o dia que acharem que eu tenho que dar show para a torcida, não sou a pessoa indicada. Procuro ser sempre sereno e tentar intervir e orquestrar a minha equipe do jeito que eu sei fazer. Se isso incomoda a torcida, tem que trazer outro.

Estratégia do Fluminense surpreendeu?

— Nada me pegou de surpresa. Eles vem jogando assim. Nada mudou. A única coisa que optaram foi não pressionar em nenhum momento (no segundo tempo). Baixaram os blocos, ficaram em bloco baixo. Tentaram aproveitar os erros, os contra-ataques. A gente chegava até com certa facilidade à área deles com troca de passes. Depois superar não é simples. O jogador precisa estar criativo, inspirado e fresco e não estávamos. Depois, com a bola no pé, é um time com qualidade. Já tinha com Renato Gaúcho, com o Mano, quando estava o Arias ainda. É um time que sabe jogar e que vai criar problemas. Os problemas que eles criaram, quase todos, foram dados pela nossa equipe. Isso parece, com razão, que a superioridade deles foi grande e foi. O plano de jogo deles funcionou bem melhor que o meu.

Iago e João Victor

— Os dois jogaram juntos. O João vem treinando comigo desde o início do ano. Foram para o mundial sub-20 juntos, são jogadores de seleção brasileira. O Iago ainda não jogou no profissional, enquanto o João tem uma certa rodagem. Hoje o João fez um jogo ruim, mas poderia ter sido o Iago, poderia ter sido outro. Sempre que você analisa após o jogo tem essa impressão, mas antes do jogo, o treinador tem que escolher com base no que acha que vai acontecer. Eu não sei. Eu espero que ele jogue bem, apresente o melhor. Mas depois fica tudo mais simples. Por que eu não fiz isso, e etc. Eu não sou assim. Tomo as decisões, sou convicto nelas e se não dá certo, assumo a responsabilidade.

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