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Eleição no Corinthians: Mário Gobbi fala ao LANCE!: ‘Prioridade será recuperar finanças e credibilidade’

Delegado de Polícia, Gobbi volta para a vida política do clube após ser presidente entre 2012 e 2015, além de já ter sido diretor de futebol em gestão anterior de Andrés Sanchez

Mário Gobbi saiu de seu período de ausência política para ser candidato de oposição (Foto: Alan Morici/Divulgação)
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No próximo sábado (28/11), o Corinthians terá sua eleição para presidente do clube e, para aquecer a disputa, o LANCE! traz uma série de entrevistas com os envolvidos no pleito. Nesta semana, as conversas serão com os três candidatos a presidente. A proposta foi fazer as mesmas seis perguntas para cada um dos concorrentes. Como o critério adotado para a publicação é por ordem alfabética, a terceira entrevista será com Mário Gobbi. Confira abaixo:

TABELA
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Mário Gobbi, candidato à presidência do Corinthians, 59 anos - É delegado de Polícia e já foi diretor de futebol entre 2007 e 2010 e presidente do clube entre 2012 e 2015, quando ainda fazia parte do grupo político de Andrés Sanchez

1) Qual é a sua relação com o Corinthians (sem contar o envolvimento político com o clube, somente a relação passional)?
O Corinthians é o grande amor da minha vida. Nasci em Jaú e a distância de São Paulo em nada atrapalhou o enorme sentimento pelo clube que tive desde que me conheço por gente. O time que marcou a minha infância foi o que tinha Rivellino e Tião no meio de campo (tive a honra de homenagear esta equipe quando fui presidente, ao lançar um uniforme inspirado naquela época).

Quando mudei para São Paulo para fazer cursinho, a minha relação com o Corinthians ficou mais próxima e ainda mais intensa. O time da Democracia Corinthiana me encantou muito e o Sócrates é um dos meus grandes ídolos (por tudo o que fez em campo e fora dele). Nesta eleição, o apoio de Waldemar Pires, que foi o presidente na época da Democracia Corinthiana, tem um significado muito especial por tudo isso.

Ainda como torcedor, adorava frequentar o Pacaembu. Foi ali que comemorei, como torcedor, o meu gol inesquecível em estádios. Era 1995 e o Corinthians tinha um jogo difícil e decisivo contra a Portuguesa pelo Paulistão. A partida foi bastante disputada e o Corinthians conseguiu ganhar por 1 a 0, com gol de Bernardo aos 44 minutos do segundo tempo. Me lembro de subir e descer os degraus da arquibancada algumas vezes após o gol, completamente eufórico!

2) O que te leva a querer voltar ser presidente do Corinthians?
Não imaginei voltar, mas ocorre que o Corinthians está em um momento muito grave da sua história. E decidi sair do anonimato para apoiar dois nomes que preenchiam todos os requisitos para ser o próximo presidente do clube (Felipe Ezabella e Roque Citadini). Ambos não podiam ser candidatos por questões pessoais e me pediram para ser. Não foram só ambos. Todos me pediram para ser candidato, sendo a única pessoa que poderia enfrentar o problema que o Corinthians passa e ainda impedir um certo segmento do clube tomar o poder.

Sou realizado 100% como dirigente, mas o Corinthians está numa fase muito ruim e pode cair nas mãos de pessoas ainda piores. Então comecei a analisar principalmente as questões técnicas: finanças, marketing, administrativo e Arena. Até decidir pela candidatura, estudei muito para verificar a viabilidade de colocar o clube em ordem novamente. Junto com a equipe técnica montada, sigo estudando por todos estes meses. O resultado de tanto trabalho e estudo é a nossa completa proposta, que pode ser encontrada no site da Reconstrução Corinthiana. Convido a todas as corintianas e corintianos a acessarem a página e conhecerem todos os pontos.

3) Se assumir a presidência, quais serão as medidas em relação aos problemas financeiros do clube?
Como é de conhecimento público, a situação financeira do Corinthians é gravíssima e praticamente pré-falimentar. Então a recuperação das finanças, bem como da credibilidade do clube, será prioridade. O projeto para esta área é bastante complexo, como teria que ser face à complexidade dos desafios e oportunidades de um clube como o Corinthians. Mas ele passa essencialmente pela gestão eficiente do fluxo de caixa do clube.

Temos que equilibrar as contas, voltar a gastar dentro do que o clube arrecada, mas, além disso, buscar o crescimento desta arrecadação, gerando recursos para investir no futebol e nas outras importantes iniciativas do clube. Entre os principais pilares do projeto da área financeira, além de prováveis cortes de custos e da readequação de processos internos que a auditoria de uma das big four (Deloitte, Ernst & Young, KPMG e PricewaterhouseCooper) irá nos mostrar, temos um plano de criação de fundos de investimento, feito por um renomado profissional da área e com passagens por grandes instituições brasileiras e internacionais. Em três anos, quero entregar o clube saudável financeiramente e com o caminho trilhado para ocupar o seu devido lugar: o protagonismo permanente no futebol mundial.

4) Qual é a sua principal proposta para o próximo triênio?
Como já citei a principal proposta na pergunta anterior, coloco aqui as cinco prioridades na minha gestão: voltar a aproximar o torcedor do clube, recuperar a saúde financeira, recuperar a credibilidade do Corinthians no mercado, implantar um programa completo de compliance e fazer a manutenção de todo o patrimônio do Corinthians (sede social, CT e Arena Corinthians). Como estes cinco pilares bem estruturados, tenho certeza que entregarei em 2023 o Corinthians no caminho certo para ser protagonista do futebol mundial.

Quais são os planos para a Neo Química Arena? É possível torná-la mais rentável ao clube nos próximos anos?
A venda dos naming rights é positiva e a receita gerada é importante. No entanto, não é suficiente para resolver a grande dívida e também o custo mensal da Arena Corinthians.

Segundo os especialistas que consultei para fazer o projeto de administração da Arena, a receita anual mínima para o estádio ser sustentável, e não consumir mais receitas do clube, é de R$ 120 milhões por ano. Fecharam os naming rights por R$ 15 milhões anuais e considerando mais R$ 70 milhões de bilheteria, ainda é necessário uma gestão profissional e um projeto consistente para arrecadar mais R$ 35 milhões por ano.

O projeto para a Neo Química Arena é grande e todos os pontos podem ser consultados no programa completo no site Reconstrução Corinthiana. Alguns que cito aqui são: a total profissionalização dos quadros de profissionais do estádio; a transformação em uma Arena multiuso com o objetivo de ampliar drasticamente o número de dias utilizados; e que tenha separação de custos do clube afim de que opere por meios próprios, sob comando do clube.

Algumas das propostas são: aumentar a ocupação do estádio com estratégias de inclusão dos corintianos de camadas sociais menos privilegiadas, aumentar previsibilidade e garantia das receitas de bilheteria por meio da implantação do Season Tickets, aumentar quantidade global de compradores de ingressos, internalização da venda de ingressos e programa de relacionamento, ingressos subsidiados para a comunidade, melhorar a experiência “Corinthians” no estádio para todos, análise de Dados, CRM e BI, adequação das faixas de precificação, melhoria e desenvolvimento de canais de venda e parcerias, maximização do uso de inteligência de dados para ativações segmentadas e customizadas, transformação da Arena em um destino diário, com atividades diversas, integração de fato e “abertura” da Arena para a população da zona Leste e do entorno, aproximação com órgãos de turismo, transformação do Oeste Inferior em uma área de comércio e serviços para atrair visitantes em dias sem jogos, potencializar atividades de esporte e lazer em áreas externas, posicionar a Arena como espaço para eventos sociais e corporativos, abertura dos espaços externos para uso da população e realização de eventos esportivos, de lazer e culturais, benefícios e facilidades para moradores de Itaquera na aquisição de ingressos para determinados jogos, maior gestão sobre a qualidade e oferta de serviços prestados pelos operadores terceiros / parceiros, de olho em maximizar oportunidades de receitas e níveis de atendimento aos frequentadores da Arena, incluir Arena no calendário de grandes shows e turnês internacionais, valorização da experiência premium e conceito do produto, criar produtos e pacotes customizados (Camarotes, 3 Business e Oeste Superior) para o mercado corporativo, venda de produtos de matchday (avulsos) para pessoas físicas e turistas, melhorar e segmentar oferta de alimentação e bebidas, e muitos outros.

Por que o sócio com direito a voto e o torcedor corintiano devem confiar em você para a presidência?
Pela grave situação financeira, praticamente pré-falimentar, o Corinthians não suporta mais três anos de uma gestão política. Não há mais espaço para troca de favores, contratações por indicação política ou ocupação de cargos-chave por pessoas que não são devidamente preparadas e reconhecidas pelo mercado. Se eleito, chego para mudar este panorama 100% político que se instalou no clube especialmente nos últimos três anos.

Como presidente entre 2012 e 2015, conquistei tudo o que poderia conquistar (Mundial, Libertadores, Recopa, um inesquecível Paulistão dentro da Vila Belmiro e uma Copinha); como diretor de futebol, conquistei outros tantos títulos (Copa do Brasil, Paulistão e Série B). Agora a missão será outra. Claro que estarei preocupado em ter um time com as tradições do clube, mas o foco principal será uma gestão eminentemente técnica, sem influência política, com os melhores profissionais do mercado em cada uma das áreas. É isso que o clube precisa! Se isso não acontecer, o Corinthians corre um sério risco. É hora de profissionalizar a gestão e preparar o clube para, no médio prazo, assumir o papel que lhe cabe: o protagonismo permanente no futebol mundial. Eu farei isso!