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Ulisses Lopresti
São Paulo (SP)
Dia 20/08/2025
19:55
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Os conselheiros do Corinthians se reúnem na próxima segunda-feira (25), para definir o novo presidente do clube alvinegro. Entre os candidatos, um velho conhecido da Fiel: Roque Citadini. Ex-vice-presidente de futebol no início dos anos 2000, aparece como um dos principais concorrentes ao pleito.

A eleição será indireta, apenas com votos dos conselheiros do clube, que também vão definir o novo vice-presidente do Conselho Deliberativo. O evento será na segunda-feira (25), no Parque São Jorge. Além de Citadini, Osmar Stábile e André Castro estão confirmados no pleito.

Em entrevista ao Lance!, Roque Citadini falou sobre suas intenções se for eleito para o cargo. O conselheiro do Timão contou que a principal motivação para concorrer nas eleições é a crise que o Corinthians vive.

— A crise. Pela crise que estamos vivendo eu me vi na obrigação de ser candidato, porque nós vivemos um momento muito difícil e eu não posso me omitir. Eu já estou envolvido, já fui candidato, estou envolvido no clube desde os anos 1980 — disse.

Figura conhecida no Parque São Jorge e relação com Dualib

Roque Citadini tentou ser presidente do Corinthians em outras oportunidades, como em 2018, quando teve a candidatura impugnada por fazer parte do Tribunal de Contas de São Paulo. O ex-dirigente se aposentou do cargo neste ano, e acredita que pode vencer as eleições neste ano, que será realizada de forma indireta.

— Olha, eu tenho uma vantagem de ser uma pessoa conhecida, então eu não preciso me apresentar para ninguém, as pessoas me conhecem, para o bem e para o mal, mas me conhecem — falou o ex-dirigente de futebol.

Roque Citadini trabalhou na diretoria do Dualib no início dos anos 2000. O ex-presidente também passou por um impeachment na primeira década do século. O candidato do Corinthians defendeu o ex-dirigente.

— Eu trabalhei na época do Dualib, que foi um belo presidente, eu não tenho essa visão de quele foi um presidente ruim não. Isso é coisa do pessoal que foi contra, ele foi um grande presidente, aprendi muito com ele neste período — disse em entrevista ao Lance!.

Preocupação financeira

O Corinthians tem uma dívida estimada em R$ 2,5 bilhões. Para Citadini, a maior prioridade de sua gestão será o equilíbrio financeiro, com o clube passando a registrar superávit para estancar o crescimento da dívida.

— A questão fundamental do clube é o equilibro financeiro. Ele está gastando muito mais do que arrecada, então ele precisa gastar menos do que arrecada — declarou.

Muitos torcedores defendem que a única salvação do Corinthians é se tornar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Em outros casos do Brasil, como Botafogo e Cruzeiro, a recuperação veio após a injeção de capital por meio da venda. Citadini rechaça a proposta.

— Só é possível discutir SAF quando o clube estiver bem, lucro, com dinheiro, porque se for discutir SAF com o clube sem dinheiro, devendo para todo mundo, a SAF vira uma tragédia. Então é o pior momento para se falar de SAF no Corinthians — declarou.

O Lance! vai divulgar outros trechos da entrevista até a segunda-feira (25), data da eleição indireta no Corinthians.

Roque Citadini falou com exclusividade ao <strong>Lance!</strong> (Foto: Alan Morici/LANCE!Press)

Veja outros trechos da entrevista com Citadini

Lance!: Você já se candidatou outras vezes. Qual a diferença para essa?
Roque Citadini: Essa eleição é diferente, porque nós vivemos uma crise devastadora, estamos em uma situação financeira terrível e o clube precisa virar a chave para sair disso. É fundamental.

Lance!: Como você se preparou para ser presidente do Corinthians?
Roque Citadini: Eu não me preparei para ser presidente, eu sou conselheiro desde os anos 1990, então tenho aí trinta e tanos anos de vivência no clube. Esse é um cargo que você não se prepara, é um cargo que você faz a militância até que chega uma situação como essa.

Lance!: Nos anos 2000 você foi Vice-Presidente do Corinthians. O que mudou na forma de dirigir um clube daquela época para agora?
Roque Citadini: Olha, muitas coisas mudaram, a chegada, de certa forma, de mais empresas no futebol, eu peguei o final da Lei do Passe, hoje não tem mais. Então agora é um quadro bastante mudado.

Lance!: Na vida profissional você ganhou notoriedade pela atuação no Tribunal de Contas, se aposentou neste ano. Como foi esse processo e tem relação com a eleição do Corinthians?
Roque Citadini: Não, eu tinha que me aposentar mesmo, aliás, eu estava preparado para viajar. Eu faria uma viagem grande, mas diante da eleição, a viagem está adiada ou cancelada

Lance!: Você vai se candidatar pela chapa União dos Vitalícios?
Roque Citadini: Esses grupos não tem mais a menor importância no clube, nem a União dos Vitalícios, nem Renovação e Transparência, nada, esses grupos estão todos misturados no clube.

Lance!: Como você observa a gestão de Augusto Melo, último presidente?
Roque Citadini: A situação não é só dele, o clube está nesse processo nos últimos 15 anos, gastando mais do que arrecada, isso que precisa ser invertido

Lance!: O cargo só vai até o final de 2026, um período curto. O que é possível fazer neste mandato?
Roque Citadini: Eu acho que todo o esforço é possível, para ser feito e equilibrar as finanças do clube.

Lance!: A dívida do Corinthians está avaliada em R$ 2,5 bilhões. Qual será a sua estratégia financeira?
Roque Citadini: A minha estratégia é uma só, gastar menos do que arrecada. Ou seja, ter sobra de dinheiro para pagar as dívidas.

Lance!: O Corinthians sofre para arcar com as pendências do clube, muitos veem o elenco como caro, você pensa em reduzir os gastos com futebol para diminuir as dívidas?
Roque Citadini: Salário de jogador é difícil de discutir, porque tem que concorrer com o mercado, com as pessoas aí. Mas o clube pode, sim, economizar em várias áreas.

Lance!: Muitos dizem que o Corinthians deveria se inspirar no Flamengo, com times mais modestos para se recuperar em alguns anos. O que você pensa desta afirmação?
Roque Citadini: Nós temos que economizar para equilibras as finanças, mas eu não em comparo com o Flamengo, acho que o Corinthians não tem nada a ver com o Flamengo.

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