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Jorge Braga relembra transição para SAF do Botafogo e projeta o futuro: ‘Desafiamos o modelo tradicional’

CEO do Botafogo falou sobre reorganização do clube, revelou o pensamento da diretoria sobre patrocínios e disse que implementou modelo de negócios

Jorge Braga contou sobre o trabalho no Botafogo e transição para a SAF (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
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Há pouco mais de um ano, Jorge Braga chegou ao Botafogo com a missão de reorganizar o clube e equacionar dívidas milionárias. Após uma temporada e a transição para a SAF, o CEO do Alvinegro falou com a revista "Exame" sobre os desafios que enfrentou e o projeto de John Textor para General Severiano. 

- Queremos transformar a indústria em que atuamos, que é a do futebol. O nosso sonho grande não é ser o maior. Queremos ser o mais divertido e o mais criativo. O mais interessante. Tenho convicção de que somos o maior projeto de reestruturação do futebol brasileiro. Queremos mudar as práticas e os benchmarks do futebol no país e atuar como uma propriedade cultural do país no exterior.

Braga também revelou sua estratégia para o Botafogo, que consistia em operar o clube como uma empresa do mundo corporativo. Ele ainda disse que a instituição não sobreviveria sem isso. 

- Eu apliquei o remédio de mercado ao clube: gestão contenciosa do caixa, realinhamento de receitas e despesas para dar sustentabilidade ao negócio e reestruturação de todas as dívidas. A relação entre dívidas e receitas era monstruosa, de quase 13 vezes. Havia de R$ 70 milhões a R$ 80 milhões em penhora. O clube só tinha caixa para algumas semanas. 

+ Quem sabe mais? Jornalista desafia Daniel Borges em quiz sobre o Botafogo; assista!

FUTEBOL
- O Luis Castro, nosso técnico, tem uma frase: 'para ter sucesso no futebol é fácil. Basta ter tempo. Mas é o sucesso que te compra tempo'. Temos um projeto com visão de médio e longo prazo. Também por isso o Castro aceitou o convite para vir ao Botafogo e construir uma cultura de longo prazo no futebol, que chamamos de Botafogo Way, como ele fez no Porto. Estruturar a gestão do futebol, valorizar as divisões de base... é um modelo que se viabiliza com o tempo.

DÍVIDAS E SAF
- A SAF nada mais é do que uma grande startup agora. Paga um royalty, que equivale a 20% da receita para o clube pagar a dívida que foi repactuada. A SAF começa sem dívidas e tem o desafio do crescimento muito acelerado. É o ciclo no qual o Botafogo entra agora. Isso passa por ter um time competitivo para ter resultado em campo.

LIGA
- Um exemplo é a construção da liga. Em outros países, a liga representa os clubes e trabalha propriedade de mídia, de imagem e de transmissão em nível mundial. Essa necessidade está muito evidente para o Brasil. E o Botafogo pretende fazer parte dessa transformação, questionando modelos tradicionais. 

PATROCÍNIOS
- É preciso que haja um realinhamento de conteúdo e produto de futebol, uma visão diferente sobre o patrocínio. Em um dos últimos jogos do Botafogo em casa, tivemos um acordo com a 1190 Sports e transmitimos para 36 países. Temos agora uma discussão sobre a propriedade das placas de campo. Só anunciamos o conteúdo do Botafogo. 

- Queremos rejuvenescer a torcida, reforçar a relação com a família, melhorar a experiência... claramente algumas marcas passam a ficar desalinhadas com esse posicionamento. Um ano atrás, a decisão sobre a escolha do patrocinador teria sido tomada com base no 'quem paga mais'. Hoje não é mais assim. A marca tem que conversar com o nosso posicionamento com a torcida.

SÉRIE B
- Adotamos o modelo by the book [dentro das regras previstas na SAF]. Antes o desafio era fazer muito mais com menos, com visão de dono e uma operação muito mais eficiente. Não estávamos entre as três maiores folhas salariais da Série B [a segunda divisão do Campeonato Brasileiro] e fomos campeões. Desafiamos o modelo tradicional de negócios do futebol brasileiro.