O Bahia já mostrou ter duas versões nesta temporada: uma é avassaladora na Arena Fonte Nova, com apenas uma derrota até aqui no Brasileirão, desempenho que o colocou entre os melhores do campeonato; a outra é um time "sem sal" fora de Salvador que às vezes parece se curvar diante dos adversários, comportamento que impede a equipe de ir ainda mais longe. E foi esta última que prevaleceu na derrota por 2 a 0 para o São Paulo, na noite deste sábado.
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Depois desta partida válida pela 30ª rodada do Brasileirão, o Bahia chegou a oito derrotas, quatro empates e três vitórias em 15 jogos como visitante (28,8% de aproveitamento). Essa, inclusive, foi a quarta derrota seguida dos comandados de Rogério Ceni fora de casa no torneio (Vasco, Botafogo, Vitória e São Paulo).
'Modo visitante' do Bahia ativado
O Bahia começou o jogo contra o São Paulo meio atordoado. Mesmo com um sistema de 5-4-1 na fase defensiva, a equipe teve dificuldades para fechar alguns espaços do time da casa, em especial nas movimentações de Luciano. E foi o camisa 10 que puniu o Tricolor baiano logo aos seis minutos. Ele recebeu passe entre as linhas, tocou para Maik na ponta direita e recebeu na área para dar uma chapada precisa, na gaveta de Ronaldo.
Depois de uma leve melhora do Bahia, Luciano entrou em ação novamente aos 40 minutos e confirmou a superioridade do São Paulo. O atacante foi acionado em toque por elevação de Pablo Maia entre os defensores e deu lindo passe de letra para deixar Bobadilla sozinho na área. O paraguaio só teve o trabalho de estufar as redes de Ronaldo. E antes desse gol, o São Paulo tinha balançado as redes aos 36 minutos com Lucas depois de cobrança de falta, mas a arbitragem pegou impedimento de Alan Franco, que participou do lance.
Ou seja, o time que marcou cinco gols nos últimos dois jogos - ambos na Arena Fonte Nova - e não sofreu nenhum, foi vazado duas vezes em 40 minutos e só ofereceu perigo ao São Paulo em descidas do volante Jean Lucas. É um verdadeiro constraste entre o "Bahia de Salvador" e o "Bahia visitante".
O time baiano até começou melhor o segundo tempo e criou chance clara em cabeceio firme de Willian José, que parou em grande defesa de Rafael. Mas, aos poucos, o São Paulo equilibrou as ações e a equipe de Rogério Ceni deixou o ritmo cair.
A situação se agravou ainda mais quando Sanabria e Gilberto, que entraram no segundo tempo, foram retirados de campo antes dos 20 minutos com muitas dores. A dupla, que entrou para deixar o Bahia mais agressivo, saiu como nova integrante do já saturado departamento médico e preocupa para a sequência do Brasileirão. O argentino, por exemplo, estava aos prantos. Diante de tantos problemas físicos em uma temporada que se recusa a terminar, Ceni por pouco não chora no banco de reservas. A imagem era de um treinador desolado.
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É verdade que o time precisou se reinventar, mas isso não justifica a queda de produção ao longo do segundo tempo. O Esquadrão parou de chegar ao ataque e viu o São Paulo ficar mais perto do terceiro gol, que só não saiu por causa de Ronaldo. Mais um resultado duro para o Bahia fora de casa que serve de alerta, já que a vaga direta na fase de grupos da Libertadores não está nada garantida.