Escrito por Lance!
Anunciado nesta quinta-feira como técnico do Atlético-MG, Diego Aguirre terá uma segunda chance de mostrar seu trabalho futebol brasileiro. Entre janeiro e agosto de 2015, o uruguaio esteve no comando do Internacional.
Em Porto Alegre, Aguirre implantou um esquema de rodízio no elenco assim que assumiu o Colorado. Por isso, sofreu duras críticas. O título gaúcho e a boa campanha na primeira fase da Libertadores deram uma sobrevida ao treinador, que não contava com a simpatia de membros da diretoria. A utilização de jogadores da base, como Rodrigo Dourado, William e Valdívia, foi um dos pontos altos de Aguirre no clube.
Nascido em Montevidéu, o uruguaio de 49 anos é um velho conhecido dos brasileiros. Atuou como atacante do Internacional nas temporadas 1988 e 1989, participando inclusive do Gre-Nal do século e sendo o artilheiro colorado na Libertadores de 89. Treinador desde 2001, ele estava desde 2011 no Qatar (no Al-Rayyan e, depois, no Al-Gharafa) onde ganhou quatro títulos e foi escolhido o melhor treinador de 2012.
Com o fim do contrato no Oriente Médio, Aguirre decidiu voltar para a América do Sul e declinou de uma proposta do Peñarol, clube pelo qual, como treinador, ganhou dois uruguaios e foi vice-campeão da Libertadores. Os motivos foram o fato de o clube não disputar a Liberta e o salário (Aguirre queria cerca de R$ 300 mil mensais e o gigante uruguaio não chegou a este patamar. Aguirre também mostrou descontentamento com a diretoria do Peñarol porque ela prometera inicialmente que ele seria um técnico com status de manager, mas acabou voltando atrás.
Em dezembro de 2014, Aguirre acertou seu retorno a Porto Alegre, desta vez como treinador para a temporada de 2015. Apesar do título gaúcho e da boa campanha da Libertadores, o comando do uruguaio no Internacional acabou de maneira repentina.
A três dias do clássico com o Grêmio, no primeiro turno do Brasileirão, o técnico uruguaio foi demitido pela diretoria, que justificou como um "fato novo" para o Grenal 407, que terminou em 5 a 0 para o rival histórico.
Aguirre deixou o clube gaúcho com 60,4% de aproveitamento em 48 partidas oficiais (24 vitórias, 15 empates e nove derrotas). Pelo Inter, cruzou o caminho do Atlético-MG nas oitavas de final da Libertadores. O empate na Arena Independência, 1 a 1, e a vitória colorada no Beira-Rio, 3 a 1, resultaram na eliminação do clube mineiro.