Barreira do Gigante

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Ao L!, Castan explica fim da greve de entrevistas e cita motivos para início ruim do Vasco

Capitão fala sobre o ano de regularidade e sem lesões e elogia o técnico Abel Braga, que não resistiu no cargo após três meses de trabalho no Cruz-Maltino

(Foto: Rafael Ribeiro / Vasco.com.br)
Escrito por

Os problemas financeiros enfrentados pelo Vasco não são novidade. Apesar de algumas declarações que evidenciavam a insatisfação pelo atraso salarial, o elenco cruz-maltino evitava criticar a diretoria publicamente. Entretanto, os jogadores decidiram implantar uma "lei do silêncio" como forma de protesto e deixaram de conceder entrevistas à imprensa. No último dia 24, a greve de pouco menos de um mês foi encerrada pelos atletas. A decisão, tomada por todo grupo, inclui uma série de fatores. Em entrevista ao LANCE!, o zagueiro e capitão do time, Leandro Castan, explica o fim do ato.

- O assunto da greve é interno, eu prefiro deixar assim. Infelizmente o Vasco passa por esse problema e achamos que era o momento de fazer alguma coisa. Sempre protegemos muito o presidente e a diretoria, mas achamos que era hora de agir. Sabemos que o Vasco não tem condições de pagar todas as dívidas que tem, mas, naquele momento, a gente propôs que fosse pago uma folha salarial para todos, atletas, funcionários, PJ, tudo, e assim foi. O presidente conseguiu. Voltamos a falar também porque até nesse momento de dificuldades o clube precisa se movimentar, fazer trabalhos com a Vasco TV e outras coisas, não pode ficar parado. Espero que isso não aconteça mais, que as coisas se resolvam. O Vasco é um clube grande, de muita tradição, torço para que a diretoria consiga colocar a casa em ordem e fazer um grande ano.

Fora de campo a diretoria trabalha para reduzir as dívidas com jogadores e funcionários, que ainda precisam receber janeiro e fevereiro (exceto aqueles que ganham menos de R$ 1.800, que já ganharam o dinheiro referente a janeiro). Alguns do elenco ainda tem quase oito meses de direitos de imagem em atraso. O mês de março, conforme acordo interno, vence só no dia 20.

Dentro das quatro linhas o cenário também não anima. Em 2020, foram 14 jogos, com quatro vitórias, cinco empates e cinco derrotas, além de oito gols marcados e 10 sofridos. No Carioca, as chances de classificação para as semifinais do Estadual são mínimas. Na Copa do Brasil, o Goiás venceu o jogo de ida da segunda fase por 1 a 0 em São Januário. Já na Sul-Americana, a equipe aguarda o próximo adversário.

- Acho que foi um começo difícil para nós. Teve a troca do treinador, muitos jogadores que foram importantes e foram embora. Depois, alguns jovens que subiram para o profissional só neste ano. E o começo não é fácil. Quando você tem uma reformulação e tivemos apenas oito dias de treinamento para começar o Campeonato Carioca. Todos esses fatores, ligados a outros também, acabam atrapalhando. Mas estou confiante. Acho que podemos ter um ano bom ainda, terminar em alta. Na temporada passada começamos muito bem e depois o time ficou desgastado, não conseguiu manter. Espero que 2020 seja diferente e que a gente consiga fazer um grande Brasileiro - avaliou Castan.

VEJA OUTRAS RESPOSTAS DE LEANDRO CASTAN:

Apesar de o time não ter tido atuações muito boas, você foi um dos que mais mostrou segurança e regularidade nesses primeiros meses. Como você avalia seu ano até essa parada?


Estou conseguindo manter uma regularidade boa. Acho que a minha carreira toda foi assim. Minha principal virtude é a regularidade. Ano passado tive uma lesão, fiquei um bom tempo parado. Esse ano eu me cuidei mais nas férias, coloquei na cabeça que precisava cuidar mais na alimentação e nos treinamentos para fazer um grande ano. A minha expectativa ainda é fazer um grande ano, melhor do que 2019. A vida do atleta é de superação e eu quero me superar sempre. Na minha cabeça, quanto mais velho eu estiver, quero estar ainda melhor. Estou me dedicando muito para fazer esse ano melhor do que o passado. Tenho certeza que assim vai ser.

'O Vasco é um clube grande, de muita tradição, torço para que a diretoria consiga colocar a casa em ordem e fazer um grande ano'

Qual é o caminho para o Vasco ter sucesso na volta dos campeonatos?

Tem que ter muita tranquilidade. Que as coisas extra-campo sejam resolvidas para que essa rapaziada tenha tranquilidade de jogar futebol. Acredito muito nesse grupo. É jovem, de muita qualidade. Tenho certeza que com todo mundo junto, torcida, atletas e direção, podemos fazer um grande ano. Está apenas começando. O Carioca sabemos que é importante. Ainda temos chance na Taça Rio, mas é difícil. Avançamos na Copa do Brasil e na Sul-Americana, tem o Brasileirão pela frente. Acredito muito nesse time e que o Vasco pode fazer um grande ano.

Como foi o trabalho com o Abel? Por que você acredita que não deu certo?


Para mim foi uma honra muito grande trabalhar com o Abel. É um cara vencedor, que foi campeão do mundo, da Libertadores. Acho muito legal pegar essa experiência desses caras consagrados, até para a minha vida. Não sei se vou continuar no meio do futebol, mas é legal conviver com pessoas vencedoras. Infelizmente não deu certo. Tantas coisas juntas que acabam não funcionando. Acho que o futebol brasileiro é isso, se não conseguir o resultado em três meses a pressão é muito grande. Em uma equipe como o Vasco ainda mais. Desejamos sorte, que ele seja mais feliz no futuro. Fica o respeito, a gratidão e o carinho por trabalhar com um profissional desse nível.