Ouro nos 100m, 200m e 4x100m no Mundial de Atletismo de Moscou, no ano passado. Usain Bolt saiu consagrado outra vez de uma grande competição. Mas todas as provas tiveram em comum uma ausência: Asafa Powell, ex-recordista mundial da prova mais nobre da modalidade (100m), banido preventivamente após ser flagrado em um exame antidoping. E o escândalo não chegou só a ele.
Sherone Simpson, campeã olímpica em Atenas-2004, também esteve no grupo que falhou em testes às vésperas da principal competição do ano. A explosão nos casos de velocistas da elite jamaicana fez despertar também a maior crise do esporte local. Bolt, diretamente, não foi atingido. Mas nem por isso deixou de se incomodar com o assunto.
Em entrevista exclusiva concedida ao LANCE!Net, Bolt falou sobre diversos temas. Mas não escondeu o seu desconforto em abordar a falha dos colegas de seleção em 2013.
- Apenas torço para que a imprensa não sinta essa necessidade de falar disso no futuro - disse Bolt, que nunca foi pego em um exame antidoping.
Apesar de ter um currículo intacto em termos de doping, Bolt vê sua imagem maculada. No ano passado, queixou-se da forma com que o tema era conduzido. Segundo ele, possíveis patrocinadores estavam se afastando, uma vez que era espalhado um boato de que a Jamaica poderia ficar fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
A despeito de toda a polêmica, Bolt crê que o trabalho das autoridades locais tem sido bem feito. No ano passado, todo o corpo diretivo da Agência Antidoping da Jamaica (JADCO, na sigla em inglês) abriu mão de seu cargo após o escândalo. Confira a íntegra do bate-papo com o jamaicano no LANCE! Digital ou na edição impressa do LANCE! desta sexta-feira.