Dia 01/03/2016
04:30
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Nos Estados Unidos desde a década de 1980, o brasileiro Ricardo Lopes é figura importante para o futebol na ‘Terra do Tio Sam’, sobretudo para o Fort Lauderdale Strikers. Goleiro do Fluminense no título brasileiro de 1984, ele tem a missão de preparar os atletas desta posição na equipe adversária do Cruzeiro neste domingo, às 20h30 (horário de Brasília), no Lockhart Stadium.

A distância de sua terra natal não impede que Ricardo Lopes acompanhe as partidas dos times brasileiros. Ele, inclusive, sabe quais são as principais características do rival no amistoso do fim de semana.

– É um time que vem bem no Campeonato Brasileiro. O conjunto é o ponto forte, eles jogam de forma muito compacta e têm um sistema ofensivo bastante veloz – disse.

Em conversa com a reportagem do LANCE!Net, o membro da comissão técnica do Strikers analisou o futebol norte-americano, falou sobre as expectativas dos profissionais do clube e ainda exaltou o brasileiro Wellington Pecka, meio-campista do time estadunidense. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

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LANCE!Net: Acompanha o futebol brasileiro atualmente?
Sempre que posso, acompanho todos os jogos do Campeonato Brasileiro ou Estaduais. Sei que o nível do futebol brasileiro é muito alto. A fórmula do campeonato hoje, pontos corridos, me agrada bastante, porque beneficia a melhor equipe.

LANCE!Net: O que pode dizer sobre o Cruzeiro?
Já vi o Cruzeiro jogar algumas vezes neste ano, é um time que vem muito bem no Campeonato Brasileiro. O conjunto é o ponto forte, eles jogam de forma muito compacta e têm um sistema ofensivo muito veloz, que cria boas oportunidades pelo lado do campo. Em termos de equipe, é uma das melhores no futebol brasileiro no momento.

LANCE!Net: Qual a expectativa de jogadores e comissão técnica do Strikers para esse jogo?
A expectativa é a melhor possível, por jogarmos diante de uma grande equipe do futebol brasileiro como o Cruzeiro. Para nós daqui, jogadores e comissão técnica, é sempre uma motivação a mais. Você vê a diferença do nível, da leitura do jogo, da forma de jogar. Os atletas estão bastante ansiosos para este amistoso.

LANCE!Net: A comunidade brasileira e a torcida local estão empolgadas?
Aqui no sul da Flórida temos uma comunidade brasileira muito grande, especialmente de mineiros. Tenho muitos amigos brasileiros e, sem exceção, todos querem ver o Cruzeiro jogar. É a primeira vez que terão esta oportunidade. A expectativa de todos os brasileiros que gostam de futebol é grande. Eles sabem que não podem perder essa oportunidade.

LANCE!Net: Qual a sua avaliação sobre o futebol dos Estados Unidos?
É um estilo totalmente diferente do nosso. Eu joguei em um time de ponta do Brasil, que é o Fluminense. Tive a alegria de me tornar campeão brasileiro e depois vir para os Estados Unidos para jogar na liga com o Carlos Alberto Torres. Essa liga voltou em 1988, 1989. É um estilo diferente, baseado na escola inglesa, com fundamentos bem baseados no futebol antigo da Inglaterra, muito contato, muito físico, muita correria, sem pausar o jogo. O futebol brasileiro é mais cadenciado, embora o físico seja privilegiado em qualquer lugar do mundo. São estilos completamente diferentes. O futebol dos Estados Unidos ainda está um pouco abaixo da qualidade técnica do Brasil.

Pecka é considerado o destaque do Fort Lauderdale Strikers (Foto: Divulgação/Strikers)

LANCE!Net: Qual o seu conceito sobre os brasileiros no elenco do Strikers?
Em relação aos brasileiros, temos o Pecka, que é um segundo volante. Ele teve toda a base no Flamengo, subiu para o time profissional e, depois, a Traffic trouxe este atleta para cá. É um jogador com qualidade muito boa, tem força física, embora não seja grande, rouba bem a bola e tem qualidade para sair jogando. Quem vier ao estádio ou assistir ao jogo pela televisão, verá o que estou falando. Ele tem qualidade para jogar em qualquer time da MLS e em alguns do futebol brasileiro.

LANCE!Net: O que pode nos contar sobre o Strikers como clube?
O Strikers é um clube de tradição aqui nos Estados Unidos. A Traffic, que é dona do clube, criou o Miami FC em 2006. Nessa época, foi o primeiro ano da liga com o Miami FC. A Traffic trouxe jogadores como o Romário e o Zinho e outros atletas de seleções. Esse time teve uma mudança de nome, porque o Miami não tinha tradição no futebol, faltavam torcedores. O Strikers é uma equipe conhecida desde a década de 1970, que teve jogadores consagrados.

LANCE!Net: E o que pensa sobre o time?
A qualidade da equipe não é a melhor possível, porque joga em uma divisão inferior à Major League Soccer (MLS). Jogamos a North American Soccer League (NASL), que não é tão rica quanto a MLS. Então, a qualidade dos jogadores não é do nível excelente. Temos bons jogadores aqui e eles podem atuar em alguns clubes do Brasil.

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