Um dos personagens mais influentes do motocross na década passada, Travis Pastrana mudou. O americano acrescentou mais duas rodas em seu dia a dia, e hoje se diz um apaixonado por outro tipo de corrida: a de carros. No X-Games de Foz do Iguaçu, ficará longe das motos que o consagraram e disputará somente o rali, no domingo. Mas, em entrevista ao L!Net, deixou claro que seu foco não é mais o evento de esportes radicais.
Nesta temporada, Pastrana estreou como piloto em tempo integral da Roush Fenway. Pela equipe, disputa a Nascar Nationwide Series – espécie de “segunda divisão” da categoria americana. Apesar de ter como melhor resultado no ano o décimo lugar – duas vezes, em Daytona e em Las Vegas –, Pastrana, de 29 anos, nem pensa em voltar às duas rodas, onde vencia constantemente.
– Sou um cara movido a paixão. Só consigo fazer algo em que eu esteja absolutamente envolvido, e, neste momento, minha paixão é a Nascar. Não me vejo fazendo qualquer outra coisa – disse Pastrana, dono de 16 medalhas em X-Games, sendo 11 de ouro, três de prata e duas de bronze.
O empenho na Nascar fez com que ele reduzisse a frequência no X-Games. Uma questão também de prudência. Em 2011, Pastrana participou da competição em momento em que já flertava com os carros. Uma manobra errada fez com que quebrasse o pé e o tornozelo direito.
As lesões postergaram a estreia, e Pastrana pôde competir apenas em oito das 33 etapas da Nationwide no ano passado. Nada que tenha o desanimado. Apesar de ser cauteloso, o piloto projeta chegar à Sprint Cup, a divisão máxima da Nascar.
– Procuro traçar minhas metas aos poucos. Primeiro, quero liderar cinco voltas. Depois, liderar dez voltas. Depois, ganhar uma corrida de ponta a ponta. E assim sucessivamente – ponderou Pastrana.
Confira um bate-bola com Travis Pastrana, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net
Você tem tido alguma dificuldade de adaptação à Nascar?
Na verdade, correr na Nascar exige muita precisão. Aqui, no X-Games, é exigida muito mais agressividade. Eu sou mais da turma da agressividade do que da turma da precisão. Mas, adoro correr na Nascar. Ela é, sem duvida, minha paixão atual e meu maior foco.
Nesta fase de expansão do X-Games, você se vê como um embaixador da competição?
Não gosto de me ver como embaixador de nada, porque, quando você se coloca assim, já não está mais no seu auge e só quer fazer o seu melhor. Vejo-me como uma pessoa que se sente em casa no X-Games. Se pudesse escolher entre Olimpíada e X-Games, não teria dúvidas em escolher aqui.
Já havia vindo ao Brasil alguma vez? O que achou do país?
Ja passei uma vez no Brasil, mas apenas em conexão para a África do Sul. Então, é a primeira vez que piso nas ruas aqui (risos). Adorei o pouco que vi do país até agora. Foz do Iguaçu é um lugar incrível.
Travis Pastrana em ação no X-Games do ano passado (Crédito: ESPN Images)
A trajetória de Travis Pastrana
Sucesso nas motos
Além de já ter 16 pódios em X-Games, Travis Pastrana também obteve sucesso nas corridas de motocross. Ele foi campeão americano em 2000.
Sua primeira conquista na competição radical veio um ano antes, com o título no estilo livre do motocross no X-Games. Ele dominaria esta prova e só seria derrotado pela primeira vez em 2002, por Nate Adams. Pastrana possui nove medalhas de ouro, três medalhas de prata e duas de bronze no X-Games.
Começo nos carros
Pastrana iniciou em 2012 sua carreira nos carros. Participou das 24 Horas de Daytona, e disputou oito etapas da Nascar Nationwide no ano passado.