Dia 27/10/2015
22:40
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De sábado, dia 11, a quarta-feira, dia 15, o Corinthians estará em ebulição. Três eventos em apenas cinco dias vão mexer com o coração e os ânimos de torcedores e sócios do clube. Eleição presidencial, com a disputa de Paulo Garcia e Mário Gobbi, o clássico contra o São Paulo e estreia na Libertadores contra o Deportivo Táchira, na Venezuela, prometem tirar o sono dos corintianos.

PARQUE SÃO JORGE - DIA 11 (SÁBADO)

O primeiro dos três eventos que esquentarão o ambiente corintiano acontecerá neste sábado (dia 11), no Parque São Jorge. Das 9h às 17h, associados com mais de cinco anos de matrícula e com pagamentos em dia, escolherão o presidente que comandará o clube até 2015. Haverá também a escolha dos 200 conselheiros trienais para esse período.

A expectativa é que, dos cerca de 10,5 mil sócios que têm direito a voto, cerca de três mil façam suas escolhas nas urnas que, ao contrário do último pleito, não serão eletrônicas – a oposição preferiu que a votação fosse com cédula de papel.

Pela situação, o delegado Mário Gobbi Filho e a chapa Renovação e Transparência apostam nos feitos e conquistas da gestão Andrés Sanchez nos últimos quatro anos – foi eleito pela primeira vez para mandato-tampão, após Alberto Dualib renunciar para evitar impeachment.

Pela oposição, o empresário Paulo Garcia insiste no trabalho árduo que a chapa Pró-Corinthians realizou nos últimos meses. Sua família, capitaneada pelo pai, Damião Garcia, é tradicional no clube.

Apesar do favoritismo da situação, impulsionada pelas construções do CT e do estádio, além do recente título brasileiro, a chapa oposicionista não se deu por vencida e fez esquentar uma eleição que, num primeiro momento, parecia de fácil prognóstico. Isso ferveu o clube e a internet.

Por meio das principais redes sociais, como Twitter e Facebook, eleitores das duas chapas trocaram acusações e insinuações, seja por foto-montagem, recados velados ou notícias veiculadas por meios de comunicação que repercutiram acusações de ambos os lados

Não à toa, a partir das 9h, e até o anúncio do resultado, o clube viverá clima de clássico decisivo.

PACAEMBU - DIA 12 (DOMINGO)

O Corinthians vai a campo no domingo, a partir das 17h, para encarar o rival São Paulo, sob total efeito da eleição presidencial, que terá terminado 24 horas antes.

Em caso de vitória da situação, o impacto não será tão significativo, mas a necessidade de oferecer um triunfo para o sucessor de Andrés Sanchez, depois de tanta briga da atual administração contra Juvenal Juvêncio, tende a virar objetivo.

Se a oposição triunfar, Tite e seus comandados terão pessoas a seu lado que não fizeram parte da convivência nos últimos anos, inclusive, dentro do vestiário. E, ao mesmo tempo, vencer o clássico – e primeiro jogo – para o novo presidente será algo especial para a equipe.

Soma-se ao cenário político – que ainda terá desdobramentos com eleitores/torcedores dos dois lados nos setores numerada e VIP do Pacaembu – a necessidade de voltar a vencer e convencer no Paulistão.

Os empates contra o Bragantino, em casa, e o Mogi Mirim – com a gol tomado no fim, mesmo com um jogador a mais por quase 80 minutos – deixaram a torcida ressabiada. A impressão, neste momento, é que a equipe não consegue nem tem desejo de voltar a vibrar e lutar pela bola como ocorreu no Brasileirão-2011.

Nem mesmo Tite esconde a necessidade de obter um bom resultado no Majestoso, de preferência, com a volta de um futebol que dê prazer e orgulho para o torcedor corintiano.

– Sem dúvida, esses dois últimos resultados aumentaram a nossa responsabilidade para o clássico – assumiu o técnico, no vestiário de Mogi.

Mas o clima que esquentará diante do São Paulo não está condicionado apenas ao resultado da eleição e à falta de vitória nos últimos dois compromissos pelo Estadual. Há também a necessidade de não ir pressionado para San Cristóbal (VEN), palco da estreia na Libertadores, pouco mais de 72 horas depois do clássico.

Em caso de revés diante do São Paulo, a responsabilidade contra o Deportivo Táchira vai aumentar. Outro resultado negativo causará turbulência no CT que, certamente, ninguém gostaria de passar.

SAN CRISTÓBAL (VEN) - DIA 15 - QUARTA

Quatro dias depois da escolha do novo presidente e apenas três após o Majestoso, o Corinthians começará, pela 10ª vez, a busca do sonhado título da Copa Libertadores. Uma estreia que, se não traz um adversário tão complicado, acontecerá fora de casa, após uma viagem de péssima logística.

O rival será o venezuelano Deportivo Táchira, um dos clubes que mais disputaram a competição sul-americana. Apesar da evolução do futebol daquele país, a equipe de San Cristóbal não costuma dar trabalho para brasileiros e argentinos, mesmo quando joga em casa.

O estádio Pueblo Nuevo de San Cristóbal tem capacidade para cerca de 45 mil torcedores e, como tradicionalmente acontece quando a equipe atua na Libertadores, deve receber um bom público. Essa empolgação, por se tratar da estreia do time local, também jogará contra o Timão.

Esse e outros obstáculos, aliás, não costumam ser novidade para a equipe de Parque São Jorge quando se trata de Libertadores. A começar pelo clima que é criado por dirigentes, jogadores e pela própria torcida. Com a ausência desse troféu no Memorial de conquistas do clube, o torneio
virou obsessão desnecessária.

Outros fatores contribuem para que a competição seja pedra no caminho. Falta de planejamento da diretoria, erros individuais de jogadores, reações destemperadas em campo e nas arquibancadas e, em alguns torneios, até falta de sorte.

E será apenas o primeiro jogo. O Timão volta a atuar pela Libertadores só no dia 7 de março, contra o Nacional, do Paraguai, no Pacaembu. O Cruz Azul, do México, é o terceiro time do Grupo 6. Vencer o Táchira, considerado o mais fácil da chave, é quase obrigação. Para largar bem e
não aumentar a pressão na rodadas finais desta fase.

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