Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Seleção Brasileira masculina de vôlei de praia adere à prática da ioga

Escrito por

Em preparação para o início do Circuito Mundial de Vôlei de Praia 2014, na próxima semana, na China, a Seleção Brasileira masculina está vivenciando uma novidade. Desde o dia 24 de março, quando o grupo de oito jogadores se apresentou no centro de treinamento de Saquarema, no Rio de Janeiro, o treinamento físico e técnico tem sido dividido com a ioga.

A ideia de se inserir a prática meditativa originária da Índia partiu da técnica Letícia Pessoa. A treinadora da equipe masculina notou que seus atletas têm apresentado dificuldade para respirar nos jogos.

– Cada vez mais o vôlei de praia tem apresentado um aumento na força dos atletas, que também têm ficado mais altos. E ainda tem a questão do calor. Com isso, tenho percebido não só a dificuldade na respiração como também uma maior ansiedade. E isso atrapalha, por exemplo, durante um rali – explicou Letícia.

De acordo com a treinadora, o controle da respiração fará com que os jogadores mantenham a calma numa partida, tenham mais lucidez e diminuam a ansiedade. Assim, terão melhores condições de avaliar o jogo e controlar o cansaço.

O responsável por ministrar as aulas é o professor Nilo Pedro da Cunha Gonçalves. Formado em Educação Física na Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele dá aulas há cinco anos na própria UFRJ. Também dá palestras sobre a importância da respiração e os benefícios da ioga.

– A recepção dos jogadores foi muito boa. Inicialmente, fui chamado apenas para dar uma palestra, mas eles ficaram interessados e a Letícia convidou para esse curso. O Emanuel já praticou e foi um grande incentivador. Ele compartilhou com os atletas mais jovens o conhecimento – disse o professor

Os atletas da Seleção têm feito uma aula por semana. Na primeira, que durou cerca de uma hora, eles conheceram as questões básicas da ioga e a parte de respiração inicial. Nas subsequentes, de 30 a 40 minutos de duração, o trabalho passou a ser individualizado.

- Sempre fui muito curioso, então lia sobre o assunto. Eu já fazia ioga, ela me traz muita tranquilidade e paz da mente. Quanto mais a mente for preparada, maior a chance de se obter bons resultados. Acalmar a mente ajuda o desempenho - afirmou Emanuel.

Seleção feminina descarta a ioga

Se a Seleção Brasileira masculina já começa a colher os frutos da ioga, segundo a técnica Letícia Pessoa, a equipe feminina não entrará em contato com a prática de meditação. De acordo com o técnico Marcos Miranda, o grupo tem outras prioridades no momento.

– Os times masculino e feminino têm necessidades em comum, mas com suas respectivas peculiaridades. Em determinado momento, o que um precisa não quer dizer que o outro também necessita. De repente, a Letícia detectou alguma coisa que um trabalho de ioga irá favorecer o treino agora – disse o treinador.

Mas o fato de não incluir a ioga na rotina da Seleção feminina atualmente não quer dizer que Miranda tenha descartado a prática para trabalhos futuros da equipe.

– Tenho tantas coisas importantes na frente para acertar que, neste momento, não tenho tempo adequado para perder tempo com ioga. O tempo é curto até o início do Circuito Mundial – afirmou.

A primeira etapa será entre 22 e 27 de abril, em Fuzhou, na China.

Com a palavra

Nilo Gonçalves
Professor de ioga na Universidade Federal do Rio de Janeiro

Acho que o primeiro ponto é a tomada de consciência da respiração. Os atletas estão aprendendo a atingir o alinhamento da mente com o ato de respirar.

A ioga atua no controle da ansiedade, dá mais clareza no momento da competição. Regulando a respiração é possível fazer com que a boa preparação física apareça.

Comecei a dar aula quando participava de um projeto social no Complexo da Maré, no Rio. Estava sendo afetado pela rotina da violência e a ioga ajudou a dar o equilíbrio que precisava no dia a dia.