Pela primeira vez na história do Comitê de Gestão, colegiado instituído em 2010 e responsável pelas decisões importantes do departamento de futebol do Santos, uma mulher foi indicada para fazer parte do grupo. Marília Gallotti Bonavides de Sousa, advogada e professora universitária de 53 anos, foi escolhida pelo presidente Modesto Roma Júnior para ocupar uma das vagas abertas com a dispensa de José Renato Quaresma e Lourenço Lopes, decisão oficializada na última quinta-feira.
Uma questão estatutária, no entanto, pode impedir a entrada de Marília na diretoria do Peixe: ela é irmã de Fernando Gallotti Bonavides, atual presidente do Conselho Deliberativo. O parentesco entre os dirigentes foi alvo de críticas entre os conselheiros do clube, que entendem haver conflito de interesses na indicação de Modesto. Além disso, o parágrafo segundo do artigo 46 do Estatuto Social do clube é a alegação utilizada para vetar a entrada de Marília Gallotti:
"Não poderá ser membro da Mesa Diretiva do Conselho Deliberativo, de qualquer das Comissões Permanentes, da Ouvidoria e do Conselho Fiscal qualquer parente de membro do Comitê de Gestão com qualquer linha de parentesco", diz o documento.
- Recebemos a indicação com surpresa e estamos avaliando as questões estatutárias. Há uma comissão de estatuto e todas as implicações estão sendo avaliadas - afirmou, ao LANCE!, o presidente do Conselho, Fernando Bonavides, conselheiro do Santos há 22 anos.
Marília Gallotti é conselheira em primeiro mandato e seria também a primeira mulher a integrar o Comitê de Gestão do Santos. Além dela, também foi indicado para ocupar a outra vaga o conselheiro Antonio Carlos Cintra.
O Conselho Deliberativo tem o poder de veto das decisões do presidente em relação a saídas e entradas no Comitê de Gestão. Em cinco anos nunca houve vetos, mas o racha político do clube deixa a situação indefinida.