Dia 21/10/2015
15:09
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O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, divulgou nesta sexta-feira o projeto para o novo Santiago Bernabéu. Ele adiantou que pretende que o estádio seja um ícone da modernidade, no mais avançado do mundo. Verba e projeto para isso tem. Os detalhes impressionam. O clube merengue vai gastar 400 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão) e deve ficar pronto em 2018.

Em entrevista ao LANCE!Net, Fabio Aurichio, sócio-diretor da L35, um dos três escritórios responsáveis pelo projeto, explicou como vai ser a nova fachada. Será toda com lâminas de aço inoxidável, com iluminação LED. Em termos leigos, o Santiago Bernabéu terá um mega telão externo, com direito a interferência do que acontecer dentro das quatro linhas e na arquibancada.

- Foi desenvolvido com outros consultores, trabalhamos por quase um ano e meio, e contamos com ajudas de especialistas de várias áreas. Essa fachada tem como umas lâminas metálicas, que recebem uma iluminação LED, com controle digital que permite controlar essa iluminação, com cores e até imagens, e a ideia é fazer com que a vibração interna transmita para a iluminação - explicou Fabio ao L!Net:

- É um pouco técnico, mas isso é devidamente colocado entre as lâminas, é uma estrutura complexa, que envolve todo o estádio, as lâminas têm movimentos, que permitem ventilação.

Mas além dessa fachada, que já impressiona, o Real Madrid vai tornar o Bernabéu economicante sustentável. No projeto, que quer acabar com a tendência de não aproveitar a área externa, estão incluídas as construções de um hotel cinco estrelas, um shopping center, academia, loja museu...

- A ideia é que seja um ícone, que tenha uma relevância, trazer para a memória, tanto como do jogador, do torcedor, trazer essa identidade. O Real Madrid tem essa importância, e a ideia é transmitir e traduzir isso em arquitetura.

BATE-BOLA
Fabio Aurichio, sócio-diretor da L35, em entrevista ao LANCE!Net

O projeto será desenvolvido por três escritórios. Qual é o papel da L35 e como vocês se uniram?
Isso foi um concurso restrito, e foram convidadas as equipes. Nós fomos um dos convidados a participar. E se olhar as outras participantes, sempre tem uma equipe espanhola, e uma internacional de renome. Busca isso para aliar aos projetos. A estratégia foi formar uma equipe, junta com a GMP, uma das mais renomadas em estádios, hoje eles têm mais de 25 estádios, nos últimos 10 anos, buscamos como parceiros. E o Ribas, que tem muito renome na Espanha. O nosso papel nesse projeto foi formar essas equipes, estabelecer a coordenação, e hoje entre as equipes na Espanha, somos uma das maiores.

Será uma ampla reforma, ao invés de derrubar e construir outro. Quanto da atual estrutura do Bernabéu será aproveitada?
Vamos aproveitar muito da estrutura. Tanto que a proposta é que fique em funcionamento durante as obras. Vamos acrescentar novas áreas, novos usos externos. E internamente vamos ampliar alguma coisa, criar uma área VIP, mas sem interferir na atividade. Vamos aproveitar praticamente toda a estrutura existente, mas com algumas modificações.

Como deixar o estádio ativo e fazer a obra? Principalmente pensando na segurança do público...
Isso também é um estudo feito nessa proposta, para garantir a segurança do público, também em saídas de emergências. É um estádio urbano, que tem todas as saídas para a calçada, muito bem organizado, e nós vamos manter o mesmo sistema.

Como foram incorporadas as outras atividades que estão no projeto?
É o grande ponto, o principal desse projeto. Eu até fiz um paralelo com o que a gente vê hoje no Brasil. A nossa equipe é internacional, e temos uma grande especialidade nessa área comercial. Hoje, no Brasil, trabalhamos muito em empreendimento de usos mistos, de trazer novos usos aos edifícios. O Brasil está vivendo hoje com a entrega dos estádios, construindo uma série de obras, e não sabemos muito bem o que fazer depois do Mundial. Essa parte importante, que vale uma reflexão, é ver os outros usos, fazer ser viável, com responsabilidade e sustentabilidade. Nesses outros usos, nós falamos em aproveitar a parte externa do edifício, pois a parte interna é aonde tudo acontece. Mas a parte que envolve geralmente é sub-aproveitada, e a proposta vai aí. Terá um shopping, um hotel cinco estrelas, com vistas para o estádio, cria um destino. Área de convenções, academia, loja, museu. Isso faz com que o projeto seja economicamente sustentável.

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