Depois de se destacar pelo Atlético-GO no Brasileirão-2010 e passar seis meses no Oriente Médio, o meia Elias volta ao Brasil e acerta com o Figueirense para a disputa da competição que o fez dar seu grande passo na carreira e ser reconhecido também fora do país. A adaptação à vida nos Emirados Árabes Unidos - onde defendeu o Al Ain - não foi fácil, mas, em entrevista exclusiva ao LANCENET!, ele comemora a chance de voltar a apresentar um bom futebol em terras brasileiras.
Elias começou sua carreira nas categorias de base do São Paulo e acumula passagens por outros grandes clubes do país, como Vasco, Fluminense e Bahia, onde disputou mais de 100 partidas. No entanto, problemas de saúde e de momento das equipes pelas quais passou o levaram para outros caminhos. Curiosamente, seria no modesto Atlético-GO que o meia, de 27 anos, atingiria o auge de suas atuações.
- Esse tipo de coisa é normal, às vezes não dá certo e temos de procurar novos ares. No Atlético-GO foi o grande momento da minha carreira. Pude fazer um belo Campeonato Brasileiro, fui premiado com os (12) gols que marquei e, o mais importante, conseguimos alcançar nosso objetivo, que era permanecer na Série A - disse o jogador.
Decepção no México
Depois da boa temporada pelo clube goiano, o jogador despertou o interesse do mexicano Atlas, que também levou o meia Lúcio Flávio, ex-Botafogo. Depois de acertar as bases salariais e os demais detalhes do contrato, Elias - cujo passe pertenca ao Villa Rio - chegou inclusive a treinar durante 12 dias com o grupo e ia assinar com o clube, cujios dirigentes queriam sua permanência, mas problemas burocráticos impediram que a negociação fosse concretizada.
- Vi os salários atrasados e a diretoria disse que pagaria o empréstimo ao Villa Rio e atrasou, disse que pagaria em outra data. Foi quando recebi uma proposta do Ail Ain - comentou.
Momento difícil nos Emirados
Assim, Elias seguiu para o Oriente Médio, onde, no entanto, passou por maus bocados. A adaptação não poderia ter sido mais difícil, uma vez que, logo após chegar à nova casa, enfrentou um drama familiar. Com poucos dias nos Emirados, Isabela, esposa do jogador, foi levada a um hospital da região, onde descobriu que estava grávida de dois meses. No entanto, complicações na gestação levaram-na a perder o bebê.
- Conversei com algumas pessoas que passaram por lá, mas só quando vivenciamos algo é que vemos como funciona. O primeiro mês foi muito difícil. Depois que ela perdeu o bebê, tivemos de depender de outras pessoas. A adaptação como um todo foi difícil, mas lá conhecemos brasileiros que nos ajudaram, inclusive o massagista do Al Ain (Edmar), que é brasileiro. - relembra Elias.
Deja-vu em terras brasileiras
Dentro de campo, ele voltou a mostrar um bom futebol e ajudou a salvar o Al Ain do rebaixamento na liga local, marcando nove gols em 18 jogos para a equipe então treinada por Alexandre Gallo, que, hoje, curiosamente, comanda o rival Avaí. Para Elias, voltar ao Brasil é a oportunidade de retomar as atuações do último Brasileirão, novamente por uma equipe cotada para lutar contra o rebaixamento. Isso, no entanto, não é novidade para ele.
- O Brasileirão é um campeonato bom de jogar e o Figueirense está bem colocado, tem um elenco de qualidade e quero crescer junto com o time. É normal que haja desconfiança, pois costuma-se dar sempre mais importância aos clubes do eixo Rio-São Paulo, por causa dos grandes jogadores, mas outros clubes também fazem um bom trabalho.
Faltam apenas detalhes ligados ao vínculo do jogador com o clube árabe, válido até julho. Por isso, foi assinado um pré-contrato com o Figueirense. O diretor de futebol do clube catarinense, Marcos Moura Teixeira, crê que dentro de aproximadamente dez dias a documentação seja liberada definitivamente e Elias possa ficar à disposição do técnico Jorginho.