Na batalha contra o procurador Agostinho Neto por isonomia de tratamento em relação a outros clubes, o Fluminense ganhará um reforço de peso. O Ministério Público Federal (MPF) já solicitou informações e documentos das negociações e irá investigar a conduta do magistrado da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
A decisão partiu do próprio MPF. Num primeiro momento, a reação dos procuradores da área pública foi de apoio a Agostinho Neto. Porém, o cenário mudou após tudo que foi dito e a falta de explicações convincentes sobre a negativa de acordo para o parcelamento das dívidas fiscais do Flu.
Além disso, a Procuradoria da Fazenda chegou a um acordo com o Vasco (leia mais ao lado), o que deu a sensação de que o mesmo poderia ter ocorrido nas negociações com o Tricolor. Isso estimulou a desconfiança sobre a posição do procurador e a movimentação do Ministério Público Federal. A expectativa é de que uma ação seja tomada até o fim da próxima semana, impactante, com possibilidade até de queixa-crime.
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Mas a esperança no Fluminense é de que a disputa com a Procuradoria não chegue às vias judiciais. Ao ser excluído da Timemania, o clube viu a dívida fiscal saltar de R$ 32,2 milhões para R$ 116 milhões. O baque financeiro comprometeu o pagamento dos salários. Nesta segunda-feira, funcionários e alguns torcedores realizaram um protesto em frente à sede da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, no Centro do Rio.
– A torcida tem prerrogativas para se manifestar. Eu, se não estivesse na presidência, estaria lá. Se estivesse só no papel de torcedor, claro que iria – disse o presidente do clube, Peter Siemsen.
Irritação sobre acerto com o Vasco
O anúncio feito nesta semana do acerto entre a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e o Vasco caiu mal nos corredores das Laranjeiras. A indignação foi grande no clube, já que o rival, mesmo com dificuldades para arcar com suas obrigações fiscais, conseguiu um acordo para o parcelamento das dívidas (estimada em cerca de R$ 90 milhões) e o Tricolor não.
Graças ao acerto com a PGFN, o Vasco poderá receber as Certidões Negativas de Débito, o que deve acontecer ainda nesta semana, e consequentemente o patrocínio da Caixa Econômica Federal. Isso renderá ao clube uma receita de R$ 15 milhões.
Outro rival do Flu que se entendeu com a Fazenda e conseguiu as Certidões Negativas foi o Flamengo. Com uma dívida tributária de R$ 394 milhões, o Rubro-Negro se comprometeu a pagar R$ 500 mil por mês à União, com elevação gradativa do valor até agosto de 2016. Além disso, se prontificou a dar R$ 40 milhões de entrada.
Entenda as negociações com a Fazenda