Apesar do superintendende de esportes do Santos, Dagoberto Santos, estar no Rio de Janeiro desde a manhã desta sexta-feira para fechar com o técnico Oswaldo de Oliveira, o retorno do comandante foi vetado pelo Comitê de Gestão do clube. A decisão foi anunciada após reunião na Vila Belmiro e ocorreu por unanimidade, apesar do voto favorável do presidente Modesto Roma Júnior e do vice César Conforti, que já haviam alinhado o acordo na noite passada.
O veto do Comitê de Gestão é estatutário. Assim, a menos que Modesto encontre uma brecha nas regras para desafiar o colegiado e trazer Oswaldo, o profissional não será contratado. Marcelo Fernandes segue no comando e foi até chamado à Vila Belmiro para saber da decisão. Ele tem 24 jogos no comando da equipe, conquistou o título do Paulistão, mas já não vence há seis partidas e segue ameaçado de voltar a ser auxiliar. O próprio Marcelo havia gostado do nome de Oswaldo para reassumir o comando do Peixe.
Oswaldo não foi o primeiro nome pensado pelo Santos para substituir Marcelo Fernandes. O clube consultou e até fez proposta por Guto Ferreira, da Ponte Preta, mas a pedida salarial do profissional superou aquilo que o Santos queria pagar, na casa de R$ 200 mil. Além disso, ele desejava levar consigo dois auxiliares técnicos, o que incharia a comissão do Santos. Depois, a diretoria chegou a pensar em Gilson Kleina, mas a oposição interna foi forte e o técnico do Avaí nem recebeu proposta.
No início da semana, a demissão de Oswaldo de Oliveira do Palmeiras animou a cúpula santista, formada por Modesto, Conforti e Dagoberto. Os três dirigentes conversaram com os representantes do treinador e ouviram que Oswaldo aceitaria reduzir sua pedida salarial para o teto do Santos e ainda renegociaria a dívida de R$ 2 milhões que o clube tem com ele. O acordo ficou tão próximo de ser fechado que Dagoberto até viajou ao Rio de Janeiro para se encontrar com o treinador. Os três dirigentes, no entanto, não esperavam a unanimidade dos sete membros do Comitê contra o nome do técnico de 64 anos.
Modesto, Conforti e Dagoberto já bateram de frente com o Comitê na época da demissão de Enderson Moreira. Enquanto um grupo preferia Vágner Mancini, outro desejava Dorival Júnior. No fim, Marcelo Fernandes foi efetivado em razão dos bons resultados e permanece até hoje. O veto a Oswaldo não significa que o Peixe irá paralisar sua busca por um novo treinador, pelo contrário. Nos próximos dias, novos nomes serão discutidos internamente.