Dia 01/03/2016
00:59
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A saída do diretor Alexandre Matos representou uma grande perda para o Cruzeiro nesta temporada. Esta é a opinião do técnico Marcelo Oliveira, demitido pela diretoria da Raposa, no início desta semana, após a derrota para o Figueirense no último domingo. O treinador afirmou que a ida de executivo para o Palmeiras resultou num distanciamento entre comissão técnica e a diretoria, o que afetou a montagem do elenco.

- É difícil, todos nós somos responsáveis pelo momento de oscilação que o Cruzeiro está passando. Talvez eu não tenha participado tanto, interagido tanto na formação do elenco atual, nesse novo momento. Nos anos anteriores, nós trocávamos mais informações sobre a característica, sobre a qualidade dos jogadores, buscávamos mais referências. Neste ano, com a saída do Alexandre, acabou que não houve tanta interação. Nós pecamos um pouco na composição, no equilíbrio deste elenco. Nós tínhamos quatro centroavantes e cinco laterais-esquerdos e tínhamos uma carência de jogadores no meio-campo, de armadores que pudessem substituir o Ricardo Goulart e o Everton Ribeiro. Quando eu saio de um clube, não tenho como princípio ficar atirando. É uma coisa superada. Preciso pensar agora na próxima etapa da minha carreira, e o Cruzeiro vai seguir seu caminho da mesma forma - disse Marcelo, em entrevista nesta quinta-feira, ao SporTV, ressaltando que não ficou surpreso com a demissão, porém, disse que esperava ter ficado por mais tempo:

- Sendo uma pessoa do futebol, como atleta e como técnico, não me surpreendeu muito. É rotina esse tipo de mudança. Eu esperava fazer esses dois jogos, contra o Flamengo (nesta quarta-feira) e contra o Atlético-MG, mas é uma situação superada. Fizemos o melhor que pudemos... Os últimos dois meses foram pesados no aspecto pessoal, com a doença da minha mãe, e no aspecto profissional, porque jogamos partidas decisivas, com o time sendo refeito durante as competições. A ideia é descansar um pouco e aguardar algo que seja bacana para seguir nosso trabalho.

Para Marcelo, que não disse ter sido este o caso dele no Cruzeiro, às vezes as demissões de treinadores ocorrem porque realmente o trabalho não está mais dando resultado. No entanto, segundo ele, o que ocorre na maioria das vezes é que dirigentes transferem responsabilidades e sacrificam os treinadores.

- Às vezes, o trabalho de um técnico não está mais dando certo, já não tem o mesmo efeito, perdeu um pouco o comando em relação aos atletas. Isso pode acontecer. Na maioria das vezes, é uma transferência de responsabilidade. Fica muito mais fácil, cria-se um fato novo, se esquece aquilo tudo e, de repente, esse novo técnico pode mudar uma situação com esse novo discurso. Até pensei que poderia ficar um tempo maior no Cruzeiro, para mudar um pouco essa cultura. Sou grato pela oportunidade que tive no Cruzeiro. Cresci muito aqui com a experiência, mas tenho consciência de que agregamos muito, porque o Cruzeiro, além dos títulos, conseguimos colocar jovens jogadores para jogar - afirmou Marcelo, falando sobre seu futuro:

- Eu penso que vou estudar, como projeto mesmo. Já até recebi um ou dois telefonemas, sondagens ainda, nada oficial, para fora do país. Mas não desenvolvi essa conversa. Primeiro, porque nosso trabalho é um pouco pesado. Segundo, porque, se você trabalha o ano todo, no fim do ano você não tem tempo suficiente para fazer uma reciclagem, um estudo... A ideia é descansar um pouco.


 

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