Dia 01/03/2016
00:26
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Contra fatos, não há argumentos. É nessa linha que Lyoto Machida subirá no octógono neste sábado para enfrentar Phil Davis no UFC 163, que acontece no Rio de Janeiro, na HSBC Arena. Depois de ver a promessa de Dana White por uma chance pelo cinturão dos meio-pesados não ser cumprida por duas vezes, o carateca enxerga o duelo contra o americano como mais uma oportunidade de mostrar ao presidente do UFC o tamanho de seu merecimento. Em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, Lyoto falou sobre a expectativa para o combate, a ansiedade para lutar no Brasil pela primeira vez e muito mais.

No hotel onde está hospedado na Barra da Tijuca, Lyoto recebeu a reportagem em uma das varandas do local, onde pôde conversar sobre sua luta de sábado enquanto admirava o pôr do sol carioca. Com a feição tranquila como sempre, o carateca fez questão de deixar o seu recado aos comandantes do UFC. O foco e o respeito estão voltados para Davis, mas Machida não se esquece do que merece há algum tempo.

- Um dos meus objetivos é entrar na luta, dar o meu melhor e mostrar que eu realmente não estou de brincadeira, quero lutar pelo cinturão. Eu já conquistei essa oportunidade por duas vezes e não a tive. Quero mostrar que uma terceira oportunidade pode acontecer - anunciou Lyoto, que fez sua preparação na Black House, academia localizada em Califórnia (EUA).

Pronto para enfrentar Phil Davis, que venceu quatro brasileiros em suas últimos cinco lutas, Lyoto pretende aproveitar o casamento do estilo de luta dos dois. Conhecido pelo contragolpe forte, o brasileiro pode tirar vantagem do fato do americano ter o wrstling como seu ponto forte, o que oo força a chegar mais perto de Machida.

- Na verdade, o jogo é um mistério. A gente não sabe para onde a luta pode correr. Mas meu ponto forte é meu jogo em pé. Eu já enfrentei muitos lutadores de wrestling. Normalmente, consigo me dar bem nessas situações  e acredito que sábado não será diferente - projetou.

Confira um bate-papo com Lyoto Machida
Fala um pouco da sua preparação para essa luta...
Tive uma preparação de dois meses. Treinei nos Estados Unidos, onde estou morando atualmente. Lá, eu tive o privilégio de ter grandes companheiros de treinos, grandes pessoas que me ajudam no treinamento. Fiz uma preparação específica. Fiz muito wrestling, que é o forte do Phil Davis para que eu possa colocá-lo no meu jogo e eliminar o dele.

O fato de ter negado em cima da hora uma luta com o Jones no ano passado pode ter te prejudicado seu caminho até o cinturão?
A supresa sempre pode acontecer. Mas a vez que o Jon Jones apareceu para mim como surpresa, não tinha como aceitar uma luta, com ele treinando e eu apenas com 20 dias de atencedência. Preferi não me colocar nessa situação e esperar uma nova chance para que eu possa conquistar e aproveitar.

Anderson Silva, Minotauro, Belfort, Shogun, Wanderlei... Todos já lutaram no Brasil. Foi difícil esperar a sua vez chegar?
Sou muito tranquilo. Eu via a torcida, fiquei muito animado. Queria esperar o meu momento de ser convidado para lutar no Brasil. Não queria fazer nada que fosse uma exigência minha. E eu fui convidado. Estou ansioso por esse momento, de estar perto da torcida e poder fazer um grande show.

Você acha que a torcida será um ponto a seu favor na hora da luta?
Ah, com certeza! A torcida brasileira é uma torcida diferente, é uma torcida que empurra o atleta, vaia o oponente, não tem jeito. Ele pode estar vencendo que vão vaiá-lo do mesmo jeito. E isso é bom pra gente. A gente vê que é uma torcida fiel, que está sempre com a gente. O mais importante para o lutador é sentir-se em casa e confortável durante a luta.

Como você vê a evolução do MMA no Brasil nos últimos anos?
Fico muito feliz de ver que rumo o esporte está tomando. O crescimento, os grandes patrocínios, as grandes marcas investindo no esporte... As pessoas reconhecendo a gente na rua. Isso é válido. Que a nova geração possa aproveitar. No que depender de mim, estarei sempre empurrando para frente, pois amo o que faço e adoro fazer parte desse meio.

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