Ele é quase homônimo do melhor jogador do mundo e tem as trancinhas de Vagner Love, mas está longe de ser incluído no primeiro mundo do futebol. Leonel Saint-Preux, atacante de 28 anos, viveu um dia de estrela em São Januário pela seleção do Haiti. O empate por 2 a 2 contra a tetracampeã mundial Itália ainda ficará por muito tempo em sua memória. Talvez para sempre. Como os gritos de olé da torcida a cada entortada dele em Astori e Bonucci, os zagueiros italianos que foram suas maiores vítimas.
– Eu acho que ele gostaram de mim porque eu consegui fazer algumas jogadas boas no ataque (risos). Infelizmente, não consegui fazer um gol. Mas ficamos muito felizes porque a torcida gostou da nossa seleção – disse, em entrevista ao LANCE!Net, antes de entrar no ônibus da delegação haitiana e enquanto ouvia os gritos e pedidos de autógrafos de uma dezena de compatriotas com bandeiras e álbum de figurinhas nas mãos (no qual não está o Haiti).
Saint-Preux, ou apenas Leonel, como pediu para ser chamado, nasceu no Cabo Haitiano e defende o Minnesota Thunder, da Major League Soccer, a Liga de futebol americano.
Questionado por uma repórter de TV se a semelhança de seu nome com o de Lionel Messi o inspirava, o atacante haitiano gargalhou...
– Não, não... Ele é extraordinário, o melhor do mundo há alguns anos, faz coisas incríveis... Eu sou apenas Leonel Saint-Preux – disse.
– Mas e com Vagner Love? Você o conhece?
– Sim, é um grande atacante, faz muitos gols. Acho que também faço os meus! – respondeu, antes de mais uma gargalhada de quem havia ganhado o dia, a noite e a semana inteira com o resultado histórico, minutos antes.
Para Leonel, afinal, o que o inspira de verdade é a paixão do povo haitiano que, como ele, joga futebol desde os primeiros passos nas ruas, calçadas ou não.
– No Haiti, as pessoas gostam muito de futebol, crianças jogam bola nas ruas e admiram os craques do futebol. O jogo contra a Itália vai deixar o nosso posso feliz – afirmou, antes de explicar como seu time conseguiu o resultado histórico.
– Acho que o jogo contra a Espanha (derrota por 2 a 1 em Miami, na semana passada) nos deu muita confiança. A gente acreditou que poderia fazer um jogo bom contra a Itália, equilibrado. O primeiro gol (sofrido aos 19 segundos de jogo) foi um susto, mas tínhamos confiança.
Leonel Saint-Preux agradeceu a atenção dos três jornalistas que o entrevistavam, acenou para a dezenas de haitianos eufóricos e se encaminhou para o ônibus. O dia 11 de junho de 2013 será inesquecível para ele e sua seleção.