Dia 27/10/2015
18:33
Compartilhar

A Justiça de São Paulo condenou à prisão, em regime inicial semiaberto, dois ex-diretores da Mancha Alviverde, principal facção organizada do Palmeiras, por brigas em frente ao Palestra Itália, após a final do Paulistão de 2008. Neilo Ferreira e Silva, conhecido como Lagartixa, e Jânio Carvalho dos Santos, ex-presidente da torcida, ainda podem recorrer em liberdade.

Com base em denúncia do Ministério Público, o juiz da 7ª Vara Criminal condenou Lagartixa a quatro anos de reclusão e dez meses de detenção. Jânio foi condenado às penas de dois anos de reclusão e dez meses de detenção.

Lagartixa foi acusado, em 2009, de agredir o ex-atacante do Verdão, Vagner Love. Ele foi detido na época.

De acordo com a denúncia do MP, os dois lideraram torcedores da Mancha em uma tentativa de invasão à sede do clube. Eles foram barrados por dois seguranças, que foram agredidos por socos e pontapés. Vários policiais militares foram agredidos a pedradas na confusão, após a conquista do título pelo Palmeiras.

Em meio à festa de outros torcedores, houve pânico no Palestra. A polícia impediu a saída de palmeirenses para a Rua Turiassu. O comércio do local fechou.

Os dois ex-diretores da Mancha foram condenados pelo juiz Djalma Rubens Lofrano Filho por crimes de lesão corporal contra os seguranças, incitação à violência e formação de quadrilha. Lagartixa também foi condenado por crime de injúria racial, contra um dos seguranças.

Na sentença, o juiz diz que Neilo e Janio "possuem personalidade voltada para a prática de atos violentos e conduta social reprovável". Lembra que ambos estão respondendo a outro processo-crime, por homicídio de um torcedor da Torcida Uniformizada do Palmeiras, "o que revela o caráter violento de ambos".

Para o juiz, "atuando como líderes de torcida de clubes de futebol, cabia aos acusados dar o exemplo, sobretudo para cumprir o estatuto da associação, que prevê finalidade pacífica, mas infelizmente, não era isso o que se via na prática. O líder deste tipo de associação tem que ter consciência de sua responsabilidade, por comandar milhares de torcedores. Sua atuação tanto pode contribuir para trazer a paz aos estádios de futebol, quanto pode levar à situação oposta".

A sentença prossegue: "Aquele que lidera um grupo grande de torcedores deve ter consciência quanto à necessidade de atuar sempre com a finalidade de promover a paz pública, o bom relacionamento com os policiais militares, bem como os integrantes das outras torcidas uniformizadas e, sobretudo, com os torcedores comuns, que não fazem parte de nenhuma associação. São justamente estes que estão se afastando cada vez mais dos estádios de futebol, em razão da violência que ainda impera nesses espaços públicos".

Siga o Lance! no Google News