Ex-presidente da Concacaf e ex-vice-presidente da Fifa, o trinitino Jack Warner teme que sua vida esteja em risco. O dirigente, que é investigado pela Interpol e pela Justiça dos Estados Unidos pelo escândalo de corrupção da Fifa, declarou em pronunciamento à televisão de Trinidad e Tobago, na noite desta quarta-feira, aue irá colaborar com as investigações e falará o que sabe, mesmo com medo de ser morto.
- Eu certamente, e com razão, temo por minha vida. Eu coloco meu futuro nas mãos das pessoas. Eu disse a verdade nas minhas declarações. Meus advogados estão fazendo contato com as autoridades, dentro e fora de Trinidad e Tobago, com relação às declarações que eu fiz. Eu me mantive quieto. Eu não vou mais fazer isso - disse Warner, ao canal CCN TV6, prosseguindo:
- Peço desculpas por não ter revelado antes o que sabia sobre estes fatos. Nem mesmo o medo da morte vai impedir essa avalanche que está vindo. Não tem volta.
Warner aparece na lista do Departamento de Estado americano como um dos envolvidos no escândalo de corrupção. Na semana passada, ele entregou-se à polícia de Trinidad e Tobago e foi liberado após pagar fiança de US$ 400 mil dólares. Segundo revelações do jornal The New York Times, o dirigente teria recebido do secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, propina no valor de US$ 10 milhões.
O escândalo de corrupção na Fifa fez com que o presidente Joseph Blatter entregasse seu cargo na última terça-feira. O suíço, que está na presidência da entidade desde 1998, no entanto, apareceu para trabalhar na quarta. Jack Warner não poupou críticas a Blatter e acusou o mandatário de ser o causador de sua ruína.
- Você não pode dizer que você está renunciando e continuar. Ele causou o meu fim. Eu não causei isso. Blatter sabe por que ele caiu e eu também sei. Eu nunca recebi nenhum suborno da África do Sul - acusou Warner.