Dia 01/03/2016
01:04
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Istambul, Madri e Tóquio montaram candidaturas fortes e até nos pontos fracos estão em igualdade de condições na luta pela sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020. E é neste cenário que as três disputam neste sábado o voto dos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) para suceder o Rio de Janeiro na organização da competição, em Buenos Aires (ARG).

Com o orçamento mais elevado, US$ 22,3 bilhões, os turcos se apresentaram ao COI como um país capaz de unir dois continentes, por estar situado tanto na Europa quanto na Ásia. E com mais de 50% de sua população formada por jovens até 25 anos, tornou-se uma opção de renovação do público olímpico.

Mas os confrontos na Síria, país com quem faz fronteira, tornaram toda a região sinônimo de insegurança, algo terrível para o olimpismo. Na sexta-feira, ao ser indagado sobre o problema, o presidente do comitê de candidatura Hasan Arat não ignorou a questão.

Em contrapartida a Istambul, Madri se apresentou como a mais barata das candidaturas, US$ 5,22 bilhões, além de possuir 80% das estruturas esportivas prontas. Mas a crise econômica europeia se tornou um assunto chave para os espanhois que se empenham para demonstrar saúde financeira.

- Propomos um novo modelo de Jogos ajustados a nova realidade do mundo. Não temos elefantes brancos - disse a prefeita de Madri, Ana Botella.

Já os japoneses nunca chegaram tão fortes a uma final. Mas os reflexos radioativos do vazamento nuclear da Usina de Fukushima, em 2011, tornou-se um problema.

- Temos dinheiro para fazer os Jogos e o governo assumirá a usina. Não há problema que afete Tóquio - afirmou, incomodado, o governador de Tóquio, Naoki Inose.

NAS CASAS DE APOSTAS, TÓQUIO ESTÁ NA FRENTE

 As tradicionais casas de apostas da Inglaterra apontam Tóquio como cidade vencedora da eleição para a sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020. Mas esse favoritismo não deve ser levando em conta pelos japoneses.

Afinal, nas duas últimas disputas, as casas inglesas erraram. Para a sede de 2012, a favorita era Paris e, para 2016, Madri.

Os japoneses também lideram nos sites esportivos  especializados, como o americano Gamesbids.com. Após uma análise dos projetos apresentados e da maneira como as candidaturas foram trabalhadas ao longo da campanha, um ranking é divulgado.

Na última atualização feita pelo Gamesbids.com, Tóquio liderava a corrida com um total de 62,14 pontos. Em segundo lugar, apareceram os turcos, 61,45. Em último lugar, Madri, com 58,76.

O site americano acertou as sedes vencedoras dos Jogos de 2008 e 2016.

RIO-2016 É SINÔNIMO DE POLÊMICA

 Os Jogos Rio-2016 têm servido de comparação com as demais cidades-candidatas à sede da competição de 2020 de maneira jocosa ou no mau sentido. Os jornalistas têm confrontado as promessas de Istambul, Madri e Tóquio com a realidade da preparação carioca.

Na quinta-feira, um jornalista de uma TV americana perguntou ao astro de basquete Pau Gasol se, após vencer, Madri não poderia inflar o seu orçamento, como teria ocorrido no Rio. A capital espanhola se vangloria de possuir o orçamento mais baixo da disputa.

Gasol respondeu que Madri possui muitas estruturas prontas e, por isso, não precisará se incomodar com possíveis estouros no orçamento. Em momento algum, ele fez referência ao Rio em sua resposta.

Na sexta-feira, foi a vez de o governador de Tóquio, Naoki Inose, responder se não temia uma rejeição do povo após a vitória. Um jornalista inglês usou o exemplo de que o Rio tinha o apoio popular, mas que, agora, a população saiu às ruas contra os gastos dos grandes eventos.

Inose disse não temer, porque o Japão conta com um amplo apoio popular, acima de 90%, em pesquisas realizadas pela candidatura. Mas uma aferição encomendada pelo COI, no início do ano, demonstrou que o apoio dos japoneses chegam a 60%

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