O grupo está e sempre esteve com ele. Mas o comportamento é um dos trunfos para Dunga manter o elenco na mão, e assim, o emprego. Um dos argumentos da diretoria é de que o vestiário está com o treinador, e por isso não seria necessário uma mudança. O líder do time, como ele mesmo se classifica, demonstra mais tranqüilidade durante as partidas. Mãos no bolso, procura falar no pé do ouvido. Uma tática, segundo ele, para diminuir a ansiedade dos comandados.
Diferente de um enérgico Dunga que se via antes na beira do campo. Em um estilo mais parecido com o das épocas de jogadores, esbravejante com companheiros. Prefere agora proteger seu grupo de uma ansiedade que aumenta cada vez mais com os resultados ruins. Nas últimas três partidas, o Inter tem um empate e duas derrotas.
- Eu falei com os jogadores quando eles passam. Se gritar desse certo, eu ia chamar o Tarzan. Se tu gritar e xingar com teu filho não vai ensinar. Tem que conversar. Não vou expor nunca meu jogador para vocês e para torcida. Quando tiver que falar, vou falar com ele. No lugar certo – garantiu o técnico Dunga.
A situação de Dunga no comando segue igual. Os diretivos continuam bancando a permanência do técnico. O jogo com o líder Cruzeiro, no domingo, não deve ser decisivo. A leitura é de que perder para o primeiro lugar do Brasileirão é algo natural. Mesmo dentro de casa. O treinador garante que a pressão é normal e disse que sair atrás do resultado tem atrapalhado a equipe.
- A pressão é normal, a equipe quer vencer e acelera o jogo. O que mais atrapalha é sair atrás do resultado. O adversário se fecha e sai no contra-ataque. E a gente precisa insistir. Mas é uma equipe de brio, jogadores de muita vontade. Vai ter um momento que não vão chutar duas bolas no gol e vão fazer o gol. Nem falta foi, a fase é complicada – comentou.
O Inter enfrentará os mineiros sem o camisa 10 D’Alessandro, o zagueiro Índio e o volante Airton, todos suspensos. O técnico terá treinamentos nesta sexta e no sábado para preparar a equipe para o confronto.