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Debate ‘O Futebol Feminino que queremos para o Brasil’ discute o futuro da modalidade

Campanha "Diga Sim ao Futebol Brasileiro' foi lançada após o debate (Foto: Luiz Signor)
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O momento é da Copa do Mundo, a principal competição de futebol masculino do mundo, mas há espaço para o debate sobre o futebol feminino no país. Foi o que aconteceu na noite da última quinta-feira, no "Espaço para a Igualdade", localizado no Museu da República, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O bate-bola "O Futebol Feminino que queremos para o Brasil", com duração de quase quatro horas, discutiu o futebol feminino no Brasil. De sensação quando a Seleção Feminina conquistou duas medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008, a modalidade não avançou como esperado nos últimos anos e buscar se organizar para, em um futuro próximo, ser referência no mundo. Luta é para o crescimento e fortalecimento do futebol feminino.

Ana Rocha, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM-RIO), Beatriz Gregory, coordenadora-geral de Direitos do Trabalho das Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), Toninho Nascimento, secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, a ex-atleta da Seleção Brasileira feminina Michael Jackson, hoje coordenadora do Futebol Feminino no Ministério do Esporte, Ariberto Santos, Gestor da Seleção Feminina na CBF, e Fabrício Maia, Coordenador da Seleção Feminina na CBF, formaram a mesa do debate. Cada um pode expor suas principais ideias sobre o futebol feminino no Brasil, com o objetivo de enriquecer o diálogo entre entidades, atletas e a sociedade civil.

Já entre as debatedoras, estiveram presentes Helena Pacheco, técnica de futebol feminino com vasto histórico no Vasco, Thais Picarte, goleira do Centro Olímpico (SP) e da Seleção Brasileira, a ex-auxiliar Ana Paula Oliveira, que, atualmente, ocupa o cargo de diretora-secretária da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (ENAF), e a ex-jogadora da Seleção Juliana Cabral, que hoje é comentarista. Contando as suas experiências, cada uma delas expôs a realidade do futebol feminino – com destaque para o depoimento emocionado de Juliana. Ainda tiveram a oportunidade de contribuir: outras jogadores, técnicas e profissionais que trabalham com futebol feminino.

Apresentar possíveis soluções para o desenvolvimento do futebol feminino foi um das metas de Toninho Nascimento, que se inspira no modelo utilizado nos Estados Unidos para alavancar o futebol feminino. Ele espera que não seja necessária uma derrota vexatória como a protagonizada pela Seleção Brasileira masculina para se reconhecer que há algo errado na condução do futebol feminino.

– Espero que o futebol feminino não passe por um vexame semelhante ao masculino para as pessoas descobrirem que ele está completamente sem estrutura. Daqui dois anos, nós temos uma Olimpíada no Brasil e hoje o futebol feminino é extremamente preocupante. O desempenho da nossa Seleção, que não tem renovação, na Olimpíada é uma grande preocupação minha. Gostei muito do Vadão ter assumido a Seleção Brasileira, mas temos problemas na Sub-15 e na Sub-17 também. Temos um futuro em questão também. Acho muito importante neste momento unirmos esforços, governo, CBF, clubes e quem mais for, todo mundo que é ligado ao futebol feminino, pois temos uma Olimpíada pela frente – disse o secretário de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte ao LANCE!Net, após o debate.

O fato de a Caixa Econômica Federal ter, após intervenção do Ministério do Esporte, patrocinado o primeiro Campeonato Brasileiro feminino no Brasil em 11 anos (vencido pela Adeco-SP no ano passado) pode ter sido apenas o início de um projeto que auxiliará a modalidade no país. A ideia do Ministério do Esporte, através de Toninho Nascimento, é fazer com que cada clube patrocinado pela Caixa tem a obrigação de ter uma equipe feminina.

– A ideia é que a partir do ano que vem, a gente (Ministério do Esporte) vai conversar com a Caixa e acho que a presidente (Dilma Rousseff) vai apoiar totalmente essa ideia, de que todos os clubes que a Caixa patrocina tenham futebol feminino. Seja uma política de governo. A Caixa, por exemplo, dá R$ 20 milhões ao Flamengo. Que um percentual seja para o futebol feminino para renovar os contratos que são anuais. Seria uma cláusula para que seja determinante a renovação. Assim, você está incentivando. Não sei se é a forma correta, mas é uma delas, de massificar o futebol feminino. Não é a solução, mas já é alguma coisa – destacou Toninho, antes de completar:

– Você vai dar visibilidade ao futebol feminino, que está tão atrasado, que você tem que queimar etapas. Sabemos que o ideal é começar nas escolas, ir para as Universidades, que é o que o governo já está fazendo, mas talvez seja necessário queimar etapas e colocar times de camisa. Isso sem desprezar times como Centro Olímpico e São José, que já investem a algum tempo.

O debate foi organizado pela Redeh (Rede de Desenvolvimento Humano), que, segundo o seu site oficial é: "uma associação civil, sem fins lucrativos, sem filiação política partidária ou orientação religiosa e tem como missão a promoção do desenvolvimento humano que contemple a igualdade entre os gêneros, raças/etnias, o desenvolvimento justo e sustentável, a proteção e conservação do meio ambiente e promoção da diversidade cultural" e pela ONG streetfootballworld, que trabalha com futebol para o desenvolvimento social desde 2002. A ONG atua como a rede streetfootballworld, composta por mais de 100 organizações em mais de 80 países que utilizam o futebol como ferramenta para trabalhar diversos aspectos relacionados ao desenvolvimento social e aos direitos humanos. Após o debate, foi lançada a campanha "Diga Sim ao Futebol Feminino", uma iniciativa da ONG Estrela Sports, do Rio de Janeiro.

Confira nos próximos dias, aqui no LANCE!Net, mais matérias sobre o debate. Saiba o que pensam CBF, ex-atletas e quem busca ajudar o futebol feminino no Brasil.