Foi no estádio do Maracanã, palco da final deste domingo entre Brasil e Espanha, que a preparação da Seleção Brasileira começou, com o empate em 2 a 2 com a Inglaterra. Os gritos de "Lucas! Lucas! Lucas!" que ecoaram no estádio foram repetidos em Porto Alegre, Brasília, Fortaleza e Salvador.
Os pedidos só foram abafados na semifinal da Copa das Confederações, no Mineirão, onde Bernard ganhou uma torcida particular por causa dos fanáticos pelo Atlético-MG. O xodó da torcida foi preterido nos últimos dois jogos pelo novo xodó de Luiz Felipe Scolari. Lucas não saiu do banco contra Itália e Uruguai, e viu o atacante do Galo ser utilizado como primeiro opção no banco.
A disputa sadia contra o amigo por um lugar na Seleção não vai impedir o jogador do Paris Saint-Germain (FRA) de realizar um sonho de infância caso a taça fique com o Brasil nesta noite. O "queridinho" da torcida, que já fez vaquinha para pintar as ruas do bairro onde morava em São Paulo, sempre encarou a Copa das Confederações como se fosse sua primeira Copa do Mundo.
- Quero fazer história com a Seleção, me tornar um ídolo com essa camisa. Vou batalhar para isso. Quero conquistar a Copa das Confederações agora, a Copa do Mundo, fazer minha história - disse Lucas, ao L!Net.
Lucas viu muitos jogos do Brasil na casa do pai, lotada de parentes e amigos. A casa segue cheia, mas com o meia-atacante "do outro lado" da tela.
- Era na casa do meu pai que eu via os jogos, sempre cheia. A gente se reunia, fazia vaquinha, comprava tinta para pintar a rua com cores do Brasil. Quando estava chegando a Copa, eu chamava meu pai: "vamos pintar a rua, vamos" - lembrou o atleta.
O camisa 7 acha que a empatia do torcedor tem a ver com sua forma de conduta. De fato, Lucas, em um mês de concentração na Seleção, jamais recusou um autógrafo, ou uma foto. É sempre um dos atletas que toma a iniciativa de se dirigir ao público quando é possível. Ele também causa histeria das "luquetes", que duelam com as "neymarzetes" na competição pelo grito mais alto na porta dos hotéis da Seleção. Jogar em casa, para ele, é sonho.
- Fico contente por jogar uma competição em casa depois de tanto tempo (última disputada foi a Copa América, em 1989). Eu me imagino ganhando títulos ao lado do torcedor e, se conquistar, não tenho dúvidas que vai marcar - disse.
Seja com Bernard ou Lucas saindo do banco primeiro neste domingo, o Brasil espera fazer a festa contra os espanhóis. Lucas guardará a medalha do primeiro título pelo Brasil com carinho.
- Encaramos a Copa das Confederações como uma Copa do Mundo - disse.
BATE-BOLA
Lucas, ao L!Net
Quando se fala em Seleção, quais lembranças você tem da infância?
É difícil falar de Seleção e não falar em Copa do Mundo. A primeira que eu vi e lembro foi a de 1998. E o pentacampeonato ficou marcado na minha memória, eu já sonhava ali em estar na Seleção um dia, jogar uma Copa do Mundo. Sou muito patriota, esperamos que a gente possa conquistar esse título. Comecei a jogar com seis anos, já sonhava desde que comecei a chutar bola. Estou conquistando meu espaço, quero muito fazer história com essa camisa. É uma honra vestir essa camisa com tão pouca idade.
Qual a diferença do torcedor hoje em comparação ao passado?
Eu acho que a Seleção dependia muito dos ídolos de antigamente. É uma nova geração, que precisa conquistar seu espaço, o coração do torcedor. A rivalidade dos clubes também cresceu muito, isso atrapalha um pouco. Corintiano ou são-paulino vaia o Neymar, isso influencia. É até normal, torcedor é emoção pura.
Em que o futebol europeu fez você evoluir?
Estou aprendendo a maneira como europeus pensam sobre futebol, como eles jogam. Estou conhecendo os jogadores. Também é uma chance de eles conhecerem meu futebol, são atletas que estarão na Copa do Mundo.
Como é para você trabalhar com Felipão?
Felipão é um cara muito experiente, muito competente. Por onde ele passou, conquistou títulos. Sou jovem, é muito ter um cara assim trabalhando com a gente. Ele é meu treinador, também tenho de ajudá-lo.