Todo o esportista tem uma inspiração. Normalmente, um antigo ídolo do esporte. Algumas vezes, os próprios pais servem de modelo para os filhos. Mas com a lutadora olímpica Giullia Penalber, da categoria até 53kg, a história é um pouco diferente. Embalada por seu irmão, o judoca Victor Penalber (medalhista de bronze), ela estreia nesta quinta-feira no Pan.
Aos 23 anos, a jovem atleta disputa a competição continental pela primeira vez. Assim como o familiar, de 25, que garantiu a medalha de bronze no Canadá na última segunda-feira. Na arquibancada, estava Giullia para incentivá-lo. Agora, os papéis vão se inverter.
– Desde pequena, eu sempre quis fazer tudo o que ele fazia. Entrei no judô por conta dele. Aqui, é a mesma coisa. Ele vai me inspirar. Ainda mais com ele competindo antes. Sempre o acompanho, vejo o quanto ele treina. O Victor me incentivou muito quando mudei para a luta – afirmou a atleta brasileira.
(Giullia Penalber tenta uma boa estreia em Pan-Americanos. Foto:Eduardo Viana)
Mais do que falar de seu próprio desempenho na luta olímpica, Giullia prefere enaltecer os feitos de seu irmão. É inegável a enorme admiração por ele. E foi observando o início de Victor no judô que ela decidiu seguir o mesmo caminho esportivo. Mas uma mudança na regra, com a proibição da catada de perna, fez eles se separarem.
– Comecei no judô. Victor tinha quatro anos e estava praticando. Eu queria fazer tudo o que ele fazia, mas era muito nova. Então, o professor deixou eu entrar quando tinha três anos. Mas com algumas mudanças nas regras anos depois, não consegui me adaptar – explica a atleta.
Com Victor na arquibancada (ele conseguiu atrasar o seu retorno ao Brasil para ver a irmã lutar) ao lado dos pais, chegou o momento de uma outra Penalber brilhar e buscar a vaga no pódio em Toronto. É a hora de Giullia. E quem sabe, ela não se torna um ídolo também de seu irmão?
BATE-BOLA - Com Giullia Penalber, atleta da Luta olímpica
LANCE! - Como você começou na luta?
Giullia Penalber - Comecei treinando de brincadeira e acabei gostando. Como no judô não podia ter mais a catada de perna, isso me pôs um pouco em vantagem nessa parte. Acabou me ajudando.
L! - Como você vê a situação da luta olímpica no Brasil?
GP - A luta não é muito divulgada, está sendo agora por alguns resultados que estão vindo, a Aline (Silva) ganhou a primeira medalha em mundiais. O investimento está trazendo resultados. Espero que a luta cresça no Brasil e se torne tão popular quanto o judô.
L! - Como é a relação com o Victor?
GP - Por praticarmos artes marciais, acalmou. Se a gente não tivesse entrado em esporte, seria um problema. De vez em quando, tinha uma discussão, mas porque a gente é unido demais. Somos confidentes. Não controlamos o outro. É uma parceria.
L! - É diferente ter o irmão na mesma competição?
GP - Ele me traz uma certa segurança e inspiração. Poder dar de cara com meu irmão, me deu uma tranquilizada.
Com a palavra - Victor Penalber, irmão e medalhista no judô
"A família dá uma segurança, ter alguém que cresceu junto comigo, que me conhece. Estivemos juntos nos melhores e piores momentos. Ter alguém ao lado em um momento tão importante no Pan, com certeza dá segurança e tranquilidade para competir.
Foi minha estreia e é a dela em um evento desse tamanho. Faz diferença ter uma pessoa tão próxima ao seu lado. Facilita muito."