Dia 01/03/2016
01:10
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Quando a bola rolar na final da Liga dos Campeões entre Juventus e Barcelona, no dia 6 de junho, em Berlim, um craque em especial vai dar a vida pela orelhuda. Trata-se de Gianluigi Buffon, considerado o maior goleiro da história da Velha Senhora e até um dos maiores da sua posição no futebol. Aos 37 anos, Gigi já ganhou tudo, passou com o clube pelo rebaixamento por manipulação de resultados, comemorou um título mundial com a Itália e ainda é o goleiro mais caro de todos os tempos. Mesmo com todo esse vasto currículo, só falta a Liga dos Campeões.

Buffon chegou na Juventus na temporada 2001/02. Na época, o clube de Turim desembolsou a quantia assustadora de 52,88 milhões de euros. Para se ter ideia do tamanho do investimento, o goleiro que chegou mais perto deste valor foi o alemão Neuer, que trocou o Schalke 04 pelo Bayern de Munique em 2011/12 por 30 milhões de euros.

Apesar do alto investimento para contratar um goleiro, a Juventus acertou em cheio na chegada de um fenômeno embaixo das traves, que se transformou em um dos maiores ídolos do futebol italiano e do clube. Em Turim, Gigi conquistou seis vezes o Campeonato Italiano, a Série B de 2006/07, quatro Supercopas da Itália e uma Copa da Itália. Falta o grande título de torneios de clubes: a Champion League.

A orelhuda quase chegou na campanha de 2002/03. Em um time recheado de craques como Thuram, Davids e Del Piero, a Juve chegou à final da Liga dos Campeões contra o Milan de Dida, Maldini, Seedorf, Rui Costa, Pirlo e Shevchenko. Melhor para o Rubro-Negro, que venceu na disputa de pênaltis por 3 a 2 com Dida pegando simplesmente três pênaltis.

Desde então, jamais Buffon teve a chance de jogar outra final de Champions League. Ele até tem um título europeu no currículo, mas foi a Copa da Uefa (atual Liga Europa) de 1998-99 pelo Parma. Como prova de seu amor pela Juventus, nem mesmo o rebaixamento em 2005/07 por envolvimento do clube em manipulação de resultados o fez sair, ao contrário de outros jogadores como Ibrahimovic. Ele permaneceu em Turim, ajudou na volta à elite e na reconstrução de um clube gigante.

O ponto mais alto da sua carreira foi em 2006, quando foi campeão do mundo com a Itália após vencer a França nos pênaltis. Com 37 anos, talvez essa seja a última oportunidade de Buffon ganhar a Liga os Campeões. Para isso, terá que parar o poderoso trio MSN do Barcelona, formado por Neymar, Messi e Iniesta. Na semifinal, foi um dos destaques na classificação sobre o Real Madrid, então é bom não duvidar do goleiro mais caro da história.

- O Buffon é muito tranquilo e bem resolvido em sua carreira, por isso, nunca percebi um sinal de ansiedade para a decisão. Por outro lado, sua motivação é muito grande. Chegar a uma grande final como essa deixa qualquer atleta entusiasmado, seja um jovem ou alguém com a experiência dele - afirma Rubinho, companheiro de Buffon na Juventus.


BATE-BOLA:

Rubinho, goleiro reserva da Juventus

1- Quando a Juventus passou para a final, Buffon era um dos jogadores mais empolgados em campo. Com uma comemoração forte, emocionada. Como foram os momentos após o jogo contra Real no vestiário e no dia a dia?

R: A alegria foi muito grande. Nas duas temporadas anteriores, mesmo com o título nacional, o time acabou não avançando muito na Champions. Por isso, chegar à decisão era encarado como uma prioridade pelo grupo. E o Buffon é o nosso capitão. Ele vibrou bastante nos vestiários do Bernabéu e na viagem de volta para a Itália.

2- Na sua avaliação, mesmo aos 37 anos, Buffon é o melhor goleiro do mundo?

R: Não tenho dúvidas disso! Treinando e convivendo com ele todos os dias, sou testemunha de sua capacidade técnica, condicionamento físico, reflexo e todas as outras características necessárias para um goleiro muito acima do padrão. Ele entrou para a história. Será difícil surgir outro igual, tanto como atleta, quanto na condição de líder.

3- E no elenco, como está o clima para a final histórica contra o Barcelona?

R: O clima é o melhor possível. Sabemos que o Barcelona será um adversário muito difícil. Mas já superamos outras equipes consideradas favoritas. Estamos treinando duro, com os pés no chão. Mas estamos confiantes.

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