Thomaz Bellucci, tenista número um do Brasil e 41 do mundo, se define como um cara tranquilo e, ao contrario do que às vezes aparenta em quadra, diz que não é ansioso. O atleta frisou que não gosta de badalação e que nas horas vagas prefere estar com a família, os amigos e a namorada.
O brasileiro disse que sua quadra predileta é o saibro e que seu ídolo no tênis é a lenda americana Pete Sampras. Para chegar ao nível de seu inspirador, o paulista diz que tem como trunfo sua disciplina e seu perfeccionismo. No entanto, Belucci também reconhece que às vezes não se cobra o quanto deveria.
Thomaz Bellucci está em São José do Rio Preto (SP) onde disputa, neste final de semana, com a equipe do Brasil o confronto contra a Rússia pela Copa Davis, na tentativa de colocar a equipe brasileira na elite da competição.
Bellucci falou com exclusividade ao LANCENET! sobre diversos assuntos e rebateu algumas ideias montadas que existem a seu respeito.
LANCENET: Você se acha um cara inconstante dentro da quadra?
Thomaz Bellucci: Não.
LNET!: Bellucci, você já fez partidas muito boas contra tenistas de rankings superiores ao seu. Mas também já perdeu para adversários que você poderia vencer com facilidade. Como você explica isso?
TB: Realmente quando jogo com adversários mais fortes, costumo subir meu nível de jogo e consigo jogar meu melhor tênis. E isso acontece ao contrario também, quando jogadores piores ranqueados jogam contra mim, acabam jogando de franco atirador e a pressão acaba vindo toda para o meu lado.
LNET!: Uma vez li uma entrevista com a sua irmã, Beatriz, e ela falou que você foi um adolescente tímido e inseguro e que isso talvez te deixe ansioso hoje em dia. Essa ansiedade, ás vezes, pode atrapalhar seu rendimento na quadra?
TB: Não me sinto ansioso.
LNET!: Em 2009, quando você vinha em ascensão e passou a disputar somente ATPs seu rendimento deu uma caída. Especularam que você tinha que melhorar seu preparo físico. Isso procede?
TB: Em 2009 eu ainda era inexperiente e tive muitos altos e baixos no decorrer do ano, Isso me tirou um pouco a confiança e fez eu ter que jogar torneios menores.
LNET!: Com Larri Passos como técnico, você fez uma boa campanha no Masters 1000 de Madrid, mas depois não teve grandes resultados. Por que você acha que essa parceria não deu certo?
TB: O Larri é um cara que dispensa comentários. Todo mundo sabe sobre sua história com o Guga. Mas com a gente as coisas não aconteceram como prevíamos, mas valeu muito como experiência!
LNET!: Como é seu relacionamento com o seu atual treinador? (o argentino Daniel Orsanic).
TB: Tivemos um periodo de adaptação nos primeiros meses, mas agora já estamos bem sintonizados. O Orsa (Orsanic) é um cara aberto, me escuta bastante e consegue identificar o que preciso melhorar no meu jogo. O trabalho está correndo bem e só tem a melhorar.
LNET!: Você deu uma queda boa no ranking este ano, mas depois se recuperou, ganhou título e vinha em boa fase. Aí, no sorteio da Olimpíada você caiu em chaves dificílimas no simples e nas duplas, você se sentiu um 'azarado'?
TB: Acho que está sendo um ano com pontos bons e ruins. Não comecei bem a temporada, mas consegui recuperar meu nível de jogo nos últimos meses, pontuei bastante… Poderia talvez ter pego uma chave mais fácil em Londres… risos… Mas é assim mesmo, valeu estar ali, jogar as Olimpíadas…
LNET!: Até hoje, poucas entrevistas suas saíram na mídia. Você tem algum problema quanto a isso?
TB: Engano seu… risos. Tenho feito bastante coisa, me sinto mais descontraído e desinibido para dar entrevista. Acho que melhorei bastante e faço tudo o que é necessário.
LNET!: Uma parte da imprensa pega um pouco no seu pé, como você essa história?
TB: Isso não influencia no meu trabalho. As pessoas têm seus pontos de vista e respeito. Às vezes evito ler algumas coisas, mas não tenho problema quanto a isso.
LNET!: Quais são as suas metas para a sequência de sua carreira?
TB: Minha meta é seguir evoluindo como jogador e conseguir alcançar meu mehor ranking ano a ano.
LNET!: O que você pensa do futuro do tênis brasileiro?
TB: Penso o que o tênis está desenvolvendo. A CBT vem fazendo um bom trabalho de base, trazendo um número bom de torneios futures para o Brasil, o que ajuda muito na transição do juvenil para o professional, além de estar nos dando suporte no tênis professional.
LNET!: Para encerrar, como foi disputar a Olimpíada de Londres e qual é o seu foco para 2016?
TB: Ter a oportunidade de disputar uma olimpíada é um sonho para qualquer atleta, principalmente para nós tenistas que temos poucas chances de representar o Brasil. Este ano, em Londres, foi muito bom. Apesar de não ter conseguido ir adiante, fiz bons jogos, tanto em simples quanto em duplas. Espero poder ter a chance de estar no Rio-2016!