Na última segunda-feira, José Aldo e Anthony Pettis ficaram frente a frente pela primeira vez desde que o duelo foi anunciado pela maior organização de MMA do mundo. No Rio de Janeiro para promover a disputa do cinturão peso-pena, que acontecerá no dia 3 de agosto, na própria cidade, no UFC 163, o americano conversou com a reportagem do LANCE!Net em um hotel de São Conrado para analisar o maior desafio de sua carreira. Além de falar sobre o combate, o lutador mostrou bom humor, comentou os dez dias que passou na Cidade Maravilhosa em maio, treinando com a equipe Team Moraes, e voltou a citar sua relação com o Fluminense, entre outras coisas.
Anthony comentou como se sentiu durante a primeira encarada com o campeão brasileiro e brincou com o fato de a sessão de fotos do UFC ter ocorrido no Arpoador, durante o pôr do sol, diante de uma das paisagens mais deslumbrantes do mundo.
- Com aquela paisagem de fundo, diria que foi algo romântico (risos). Para ser sincero, foi até difícil ficar sério ali. Mas, somos muitos profissionais. Não somos caras que costumam falar muito um do outro. Somos profissionais e foi um momento intenso. Estamos vindo para lutar. Ele vem, e eu também - declarou Pettis, que está descendo da categoria dos leves para disputar o cinturão dos penas.
Na primeira grande luta de título de sua carreira, Pettis conquistou um de seus momentos mais marcantes. Contra Ben Henderson, em dezembro de 2010, o lutador conquistou o cinturão do extinto WEC e executou um dos golpes mais históricos do MMA ao chutar o rosto do então campeão pisando na grade do cage para pegar impulso. Ao ser perguntado se tal ousadia prova que ele não sentirá a pressão de uma luta pelo título no UFC, ele reafirmou que Aldo e Bendo são atletas diferentes e mostrou respeito ao brasileiro.
- Enfrentei Ben Henderson na casa dele. Estava no WEC havia apenas um ano. Amadureci muito como lutador. Eu não hesito na hora da luta. Se me colocar em uma luta de cinco rounds, tenho gás. Aquele era o último round da luta. Mostra que tenho gás para ir a cinco rounds. Mas, não significa muito. Quando se enfrenta um cara como José Aldo, você não sabe o que esperar. Não estou apostando minhas fichas em um chute. Essa é uma luta totalmente diferente. Estou vindo muito bem preparado - analisou.
Confira um bate-papo com Anthony Pettis
Como foram os dias que você passou no Rio, em maio?
Minha vinda ao Rio foi uma decisão esperta. Desde os treinos, ao país, aprendi muito sobre a cultura do Brasil. Quando voltar, em agosto, não me sentirei mais como um estrangeiro em território inimigo. Já terei vindo algumas vezes, então, definitivamente foi uma escolha esperta vir para cá. Curti todos os dias.
Você acha que terá alguma torcida ao seu lado?
Não acho que terei o apoio de alguns fãs só por ter estado por aqui durante dez dias. José Aldo nasceu aqui. Então, não ficaria chateado se não torcerem por mim e ficarem do lado do Aldo. Essa é a casa dele, ele é o campeão. Sinto que devo vir até a casa dele e tomar o cinturão. Não espero muitos fãs comigo. Mas, se eles me apoiarem, ficarei muito grato.
Você tem feito algo específico em sua preparação para enfrentar Aldo?
Sabe, todos me perguntam isso. Faço movimentos nos treinos que ninguém nunca viu. Foco na minha preparação e na minha parte mental. Me sinto bem, bem preparado e ainda tenho muito tempo para me preparar ainda mais. Esperem por algo grande.
Como foi a experiência de assistir a um jogo do Fluminense em São Januário?
Foi louco! O jeito como eles torcem, do início do jogo ao fim... Nunca vi algo como aquilo. Eu já vi muitos eventos esportivos na América, em Novo México, Porto Rico. Mas nunca vi algo como essa atmosfera. Foi incrível! E muitas pessoas me conheciam lá, ficaram loucas comigo. Foi um momento incrível. Definitivamente me surpreendeu. Quando voce esta lá dentro, a energia é muito grande.
Você pretende entrar na luta com alguma bandeira do Fluminense?
Não sei. Eu quero. Sei como isso é grande aqui, sei que Aldo é Flamengo, então quero trazer algo a mais para a luta. Vamos ver o que acontece.