Se há um jogador contestado e com personalidade no Botafogo, este é Alessandro. São quatro anos de clube e basta surgir uma crise que a culpa recai em cima do lateral-direito. Nesta segunda-feira, o jogador visitou a redação do LANCENET! e ressaltou que, diferentemente de outros companheiros que compartilharam da perseguição dos torcedores alvinegros, pretende terminar sua trajetória triunfando.
- Alguns jogadores infelizmente foram pressionados e acabaram negociados. Tento esquecer essa minoria que vaia e me xinga. Dou o meu máximo em campo. Não vou sair pela porta dos fundos. Quero sair pela porta da frente. Vou superar tudo isso novamente e levar o Botafogo à Libertadores - disse o lateral.
L! na Rede recebe o lateral Alessandro
Já são 218 jogos com a camisa do Glorioso. Mesmo não tendo a aprovação de toda a torcida, Alessandro diz não sentir raiva daqueles que o repudiam. Segundo ele, o apoio dos companheiros têm sido o diferencial neste momento.
- Não tenho raiva, nem mágoa da torcida. Tento esquecer essa minoria que me xinga, pois são pessoas vazias. Quem está de fora não sabe como é lá dentro. Não conhece a minha dedicação. Os mais jovens, como o Cidinho, Caio, (Lucas) Zen e o Willian falam que têm orgulho de mim, pela minha vontade e postura. Isso me fortalece - destacou.
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Mesmo com 33 anos, Alessandro pouco se lesiona e está sempre à disposição do treinador, seja qual for o momento do time. Por isso, ele lembra que em 2009, quando o clube estava prestes a descer para a Segunda Divisão, alguns jogadores acabaram tendo um comportamento omisso e passaram a frequentar o departamento médico do clube.
- Sentei com o Lucio Flavio e o Leandro Guerreiro. Falei que tínhamos de chamar a responsabilidade. Conversei com alguns companheiros e pedi para que se empenhassem mais. Sou um torcedor-jogador. Nunca ficaria arrumando desculpas para não jogar - disse.
Injustiçado ou não, o fato é que Alessandro luta para que sua história tenha um final glorioso.
Lateral já pensou em sair do Bota
Alessandro é o jogador mais antigo do elenco do Botafogo. São quatro anos vestindo a camisa alvinegra. Para ele, o momento mais difícil foi em 2009, quando o clube quase foi rebaixado. No entanto, ele revelou que neste ano de 2011, após o protesto feito no aeroporto por alguns integrantes de uma facção da torcida, pela primeira vez colocou sua permanência em questão.
- Minha família pediu para eu sair, pois não achava justos os xingamentos, mas não desisti - disse.
Defendido por Caio Junior e por Maicosuel, o lateral revelou ter conversado com ambos a respeito.
- Agradeci aos dois. Mas não quero que eles se prejudiquem por isso. Essa briga não é deles - completou.
BATE-BOLA COM ALESSANDRO
Todos os treinadores que passam pelo Botafogo, mesmo diante das críticas dos torcedores, acabam colocando você como titular. A que atribui isso?
Sempre faço exatamente o que me pedem. Tenho responsabilidade e sou muito profissional. Quando estou em campo, me dedico inteiramente ao time. Acredito que seja por ter essa característica de ser um jogador de grupo e pela bagagem que carrego no futebol.
Em 2010, a diretoria renovou o seu contrato, mesmo com algumas críticas a você. E agora nesta temporada de 2011, a cúpula alvinegra vem sendo contestada devido à falta de bons resultados. O que você acha do trabalho que vem sendo feito?
Estou no Botafogo desde 2007 e vi muita coisa mudar. A postura deles é sensacional. Eles nos deixam trabalhar, além de passar tranquilidade. Todos eles. Apesar de saber que o presidente torce contra o meu time no rachão, gosto muito dele (risos). Posso dizer que dentro de campo corro por ele.
Qual recado daria para o torcedor que vaia você mesmo sem ter tocado na bola?
Um pouco de paciência com o time e não só me cobrar, pois é um grupo. Fico triste quando perdemos. Ninguém nunca me viu na balada, porque não sou disso. Respeito o clube. Quando perdemos uma partida, eu fico na minha casa. Gostaria de ter o apoio novamente de todos.