Com a camisa 10 eternizada por Pelé e a missão de substituir Paulo Henrique Ganso, Alan Patrick carrega enorme peso nas costas para a final do Campeonato Paulista no próximo domingo, às 16h, na Vila Belmiro.
De terceira opção do banco para sua posição no começo do ano, com Adilson Batista, o jogador ganhou moral com Muricy Ramalho e será o “cérebro” santista na decisão.
Para brilhar, ele se apoia em Neymar e aposta justamente na molecagem da dupla com o craque do time. Os dois, com 19 anos, serão os mais jovens em campo a começarem a briga pelo título estadual.
Na última quarta-feira, a combinação deu certo: passe de Neymar para gol de Alan Patrick, na vitória por 1 a 0 sobre o Once Caldas, pelas quartas de final da Libertadores.
– Nossa expectativa é de repetir essa boa parceria e dar o título aos nossos torcedores. Pode ter chapéu e dancinha, não sei (risos). É tudo no improviso. São momentos do jogo, o que importa mesmo é vencermos e levantarmos a taça – disse o meia, em entrevista ao LANCENET!.
Em fevereiro, Alan e Neymar conquistaram o Sul-Americano Sub-20 com a Seleção Brasileira.
A parceria é cada vez mais exaltada porque a diretoria do Santos já se conforma com a iminente saída de Ganso. A esperança dos dirigentes e da comissão técnica é que ele assuma a condição de substituto.
Assédio do exterior
Mesmo na reserva em boa parte do ano, Alan Patrick despertou o interesse de clubes europeus, como Shakhtar Donetsk (UCR) e Lilie (FRA). O último, como o LANCENET! revelou, foi o Dínamo de Kiev, que ofereceu o atacante André para voltar ao Santos na negociação.
– Fico feliz em saber que meu trabalho está sendo reconhecido mas, como falei, meu pensamento é aqui. Estou no clube há muito tempo, cresci aqui. Procuro manter meu foco no Santos, onde sou muito feliz e pretendo conquistar títulos para a torcida – disse Alan.
Evolução de Alan Patrick
Começo apagado
Subiu ao time profissional em 2009 e fez apenas três partidas pelo Brasileirão daquele ano, em que o Santos lutou para não ser rebaixado. Era uma promessa boa mas, inexperiente, não foi bem.
Melhorou
Uma lesão no começo de 2010 só o permitiu jogar uma vez no Paulistão, mas no Brasileirão ele evoluiu. Em 18 jogos, fez quatro gols, sendo um contra o Palmeiras.
De quase fora a titular
Jogou pouco neste ano. Perdeu lugar para Ganso, Felipe Anderson e Robson, foi alvo do mercado europeu e poderia ter saído. Mas com Muricy voltou a jogar. Fez o gol da vitória sobre o Once Caldas (COL) e, com Ganso machucado, será o titular.
Bate Bola - Alan Patrick, via assessoria
LANCENET!: Como é para você vestir a camisa 10, que foi de Pelé, em uma decisão na Vila Belmiro?
ALAN PATRICK: Vestir essa camisa é sempre uma responsabilidade a mais. A 10 é um símbolo do Santos e do futebol mundial, mas é preciso sempre ter a cabeça no lugar e trabalhar forte. Ao mesmo tempo, é uma honra poder vestir essa camisa, um privilégio que sempre busco corresponder da melhor maneira possível.
LANCENET!: Acha que, com você no meio, a torcida pode ficar tranquila com a ausência de Ganso?
ALAN PATRICK: O Ganso é um excelente jogador, muito importante para o nosso time. Infelizmente, não estará em campo por conta da lesão, mas, como disse, estou preparado e tranquilo para essa responsabilidade. Procuro fazer minha parte da melhor maneira possível para dar muitas alegrias para essa torcida.
LANCENET!: Sonha em conquistar Paulistão e Libertadores, e ser convocado para o Mundial Sub-20?
ALAN PATRICK: Sem dúvida. Conquistar esses dois títulos é um objetivo não só meu, mas de todos. O Santos sempre entra em qualquer disputa para ser campeão e espero que não seja diferente, que possamos conquistar as duas taças. Além do que, ser convocado para a Seleção sub-20 e jogar o Mundial viria para coroar.