O relatório gerencial de setembro do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) do São Paulo detalhou avanços financeiros do clube e aponta que a estrutura tem funcionado para aliviar o caixa e alongar passivos.
O veículo, estruturado no fim de outubro de 2024 por OutField Ventures e Galapagos Capital, possui patrimônio de R$ 400 milhões, dividido entre cota sênior de R$ 240 milhões e cota subordinada integralmente do SPFC, com participação de 40% nos recebíveis descontados.
Entre novembro de 2024 e setembro de 2025, R$ 135 milhões entraram no caixa tricolor, com cerca de R$ 39 milhões amortizados aos investidores.
O clube opera sob covenants que limitam novas dívidas acima de R$ 10 milhões por trimestre sem aprovação do comitê de crédito. A governança também prevê flexibilização mediante waiver.
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No primeiro semestre de 2025, o São Paulo contratou uma linha com o Banco Daycoval de R$ 50,6 milhões a CDI + 6,74% ao ano, custo inferior à média do endividamento de 2024, de CDI + 7,13% ao ano.
A estrutura de garantias foi reforçada após a rescisão do contrato com a Viva Sorte em abril: parcelas futuras do acordo com a Superbet foram inseridas como garantia no FIDC, conforme regulamento.
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A combinação dessas medidas contribuiu para reduzir o endividamento bancário a R$ 215,9 milhões em maio de 2025, queda de cerca de 17% na comparação com dezembro de 2024 e nível inferior ao registrado em 2023.
O relatório admite desafios no cumprimento da cláusula de “Despesas no Futebol”. Nos primeiros trimestres de 2025, houve desenquadramento de aproximadamente R$ 78 milhões por gastos acima do orçado na operação do profissional, o que exigiu incremento de receitas com transferências para equilibrar o caixa.
Documento do fundo aponta superávit no ano
Mesmo assim, o clube foi o que menos gastou em novas contratações entre os integrantes do G6 de 2024 e reduziu em 37% as despesas de aquisição de atletas em relação a 2024. As vendas no semestre alcançaram R$ 107,2 milhões, 2,4 vezes o orçado.
Os resultados do primeiro semestre foram negativos, mas com tendência de melhora. O clube registrou prejuízo de R$ 23,1 milhões no 1º trimestre e de R$ 10,5 milhões no 2º trimestre, influenciados principalmente pelo teto de gastos no futebol.
O desempenho contrasta com o déficit de R$ 287 milhões em 2024, quando as despesas com pessoal do departamento chegaram a R$ 452 milhões, a segunda maior da Série A e 77% acima da média estimada.
A administração sustenta que as medidas de austeridade, combinadas a novas receitas de marketing, como a renovação com a Superbet e outros patrocínios, e à geração de caixa com transferências, mantêm o São Paulo na rota para encerrar 2025 no azul.