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De folga na arquibancada, campeão do mundo vibra com o São Paulo

Volante da Portuguesa na Série A2 do Campeonato Paulista, Renan voltou às origens no Morumbi ao torcer pelo Tricolor na goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos na terça-feira

Volante da Portuguesa conversa com torcedor durante o 2º tempo de São Paulo x Trujillanos (Foto: Bruno Grossi)
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A arquibancada azul do Morumbi era o setor mais ocupado na noite da última terça-feira. No gramado, reformado depois de mais de duas décadas, o São Paulo atropelou o Trujillanos (VEN) por 6 a 0 e fez torcedores trocarem abraços e ideias sobre a evolução do Tricolor. No caso de alguns sortudos na área central da azul, a "resenha" teve a participação de um especialista no assunto do momento, a Copa Libertadores da América.

O cabelo brilhante, pouco acima dos ombros, parece o mesmo de quando São Paulo faturou o tricampeonato do torneio internacional em 2005. A camisa tricolor, no entanto, repousava em volta do pescoço, um acessório sobre uma peça comemorativa do jogo de despedida de Rogério Ceni, no ano passado. As chuteiras deram lugar a tênis de cano alto, modernos.  O olhar compenetrado, desta vez distante do campo, estava reforçado por um óculos de aros grossos.


Renan Teixeira da Silva tem 31 anos. É são-paulino e, privilegiado como todo torcedor gostaria de ser, é campeão da Libertadores e do mundo pelo clube. A paixão pelo Tricolor, onde cresceu e começou a carreira, sempre lhe rendeu bons frutos. O respeito de Rogério Ceni, que depois de vê-lo amaciar tantas chuteiras na década passada, resolveu presenteá-lo com seu último par da carreira na partida de despedida em 2015.

A visão que tinha Renan durante a partida (Foto: Bruno Grossi)

A presença de Renan, um jovem volante no tri de 11 anos atrás, atraiu os olhares dos outros torcedores. Afinal, não é todo dia que se divide a arquibancada do Morumbi com um jogador. Muito menos um atleta em atividade. E trocar ideias sobre o confronto do dia com ele? Improvável, mas possível. Renan, de folga da Portuguesa, que disputa a Série A2 do Campeonato Paulista, proporcionou tudo isso a quem o rodeava.

"Olha aí, olha aí o Hudson!", gritou, de repente, quando o jogo já estava 4 a 0 para o São Paulo: "Olha o quanto ele corre. Tem que gente que fala sem saber e pede para ele sair do time. Como você tira do time o cara que mais corre? Não dá. É isso o que falta para o time!". Nem sequer a presença da câmera do celular da reportagem intimidava Renan. O importante era comemorar os gols como se tudo aquilo ainda pertencesse à sua realidade. Até fazer piada com o Corinthians, de quem não perdeu enquanto jogou no Tricolor.

O mais comum era vê-lo com as mãos no queixo. Uma preocupação aparentemente infundada diante do massacre sobre o Trujillanos. Calleri, voluntarioso e eficiente com quatro gols, certamente agradou a Renan, que não se importou em dividir abraços junto com as opiniões. A testa franzida, porém, seguia. Entrevistas? Durante o jogo? Nem pensar. O intervalo já havia passado e, ao fim da partida, ele seria, de novo, mais um no meio da multidão.

É preciso admitir: a reportagem só encontrou Renan no Morumbi graças às maravilhas da internet. Um amigo do amigo do amigo, que gravou um vídeo do volante vibrando ensandecido com o pênalti do quarto gol.  Outro que registrou um depoimento bem-humorado para a galera do grupo do Whatsapp que homenageia um velho amigo do marcador da Lusa (mas tricolor).

"Aí pessoal do grupo Órfãos de Edcarlos! Ainda mais falando do Edcarlos que é meu parceiro, meu irmão. Grande abraço a todos. Estamos aqui na arquibancada torcendo para o Tricolor!".

Uma noite incomum, no mínimo.