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‘Entre Mourinho e Guardiola’, Bauza esbanja humildade e espera títulos

Técnico argentino analisa os companheiros mais reverenciados do mundo e aponta discurso que o aproxima do português. Comportamento em entrevista, porém, é outro

Edgardo Bauza esbanjou simpatia em sua primeira entrevista (Foto: Marcello Zambrana/AGIF/Lancepress!)
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Edgardo Bauza, José Mourinho e Pep Guardiola habitam mundos diferentes no futebol, mas se a licença da comparação for permitida, é possível dizer que o novo técnico do São Paulo está mais perto do planeta do português do que do espanhol. Patón, como prefere ser chamado o argentino, se diz entre os dois gênios, mas ele mesmo aponta mais fatores no seu jogo que o aproximam do ex-treinador do Chelsea.

– São dois técnicos que ganharam tudo e seria muita pretensão de minha parte analisá-los. Eu me coloco no meio. Gosto de coisas de Guardiola e gosto de muitas coisas de Mourinho. Suas equipes são equilibradas, defensivamente muito fortes e são efetivas. De Guardiola, gosto muito do controle que suas equipes têm da bola – afirmou o técnico, que assinou contrato de um ano antes de ser apresentado na última quarta.

Bicampeão da Libertadores com elenco sem grandes investimentos, Bauza sempre primou por times com sistemas defensivos sólidos e que ao mesmo tempo saibam golpear sem se expor. É uma ideia oposta ao que praticava o colombiano Juan Carlos Osorio, que está na linha de Pep.

– A metodologia de trabalho é diferente, porque as equipes de Osorio são mais verticais, gosto mais de trabalhar as jogadas. Osorio tem a verticalidade grande, mas o bom desse esporte é que ninguém tem a verdade (risos) – analisou Bauza.

Bauza tem razão, não há garantia de que estilo dará mais resultados. Mas outros aspectos ficam mais claros. Bem distinto de Mourinho, por exemplo, foi o comportamento do argentino em sua primeira entrevista, tão disputada como a dos astros, dos rockstars. A arrogância, marcante na figura do português, passou longe. Patón exibiu carisma, pediu para ser chamado pelo apelido de infância e respondeu sempre educado.

Não foi como Guardiola no Bayern de Munique, em que já chegou falando alemão, mas prometeu se esforçar para aprender o português. Sabe que a comunicação é essencial no futebol atual.

A linhagem dos grandes é apenas pano de fundo para analisar o novo técnico. O são-paulino quer mesmo é que ele tenha resultados similares, seja de Pep ou de Mou.

COLUNISTA ANDRÉ KFOURI, DO LANCE!, ANALISA BAUZA, MOURINHO E GUARDIOLA:

"Bauza costuma construir os times a partir da defesa. Na escala de prioridades, a primeira ideia é conter o adversário. Está muito mais preocupado em negar espaço ao rival do que construir. Isso o aproxima muito mais do futebol que o Mourinho produz, em mundos diferentes.

Na verdade, ele está muito distante dos dois (Guardiola e Mourinho). O Mourinho é um treinador que a partir do momento em que chegou ao nível de elite na Europa, sempre teve elencos muito valiosos e fez uma opção que jogar futebol é, acima de tudo, reativo. O Bauza construiu a reputação dele dessa maneira porque era assim que ele achava que poderia competir. Era o jeito.

Agora temos de entender o Guardiola como um treinador que representa uma vertente de futebol que põe ênfase nas qualidades ofensivas do seu time. É a única coisa que se pode dizer de uma sentença entre Bauza e Guardiola, habitantes de mundos completamentes distintos. Desse lado do muro, de Pep, está muito mais perto Osorio, oposto de Bauza."