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Daniel Alves, sobre racismo: ‘O que vale é o que as pessoas fazem quando os outros não veem’

Vítima de racismo em 2014, camisa 10 do São Paulo faz ressalvas quanto a manifestações antirrascistas nas redes sociais e diz que as lutas que importam são as do dia a dia

Daniel Alves joga no São Paulo desde 2019 (Foto: Eduardo Carmim/Photo Premium/Lancepress!)
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Vítima de racismo em 2014, quando jogava pelo Barcelona e um torcedor do Villarreal atirou uma banana em sua direção, Daniel Alves manifestou-se sobre o assunto nesta quarta-feira em entrevista à CNN Brasil e fez ressalvas quanto à campanha antirracista que tomou conta das redes sociais nos últimos dias.

- As pessoas precisam entender que nas redes sociais não vão combater nada. Hoje é muito "pray for" (orar por) quando acontece certo tipo de coisa, mas as pessoas não fazem nada. Temos que ficar sempre com as ações, com o que elas fazem quando os outros não veem, com as lutas que não são expostas. Essas são as mais valiosas - disse o camisa 10 do São Paulo.

A onda de protestos antirracistas começou nos Estados Unidos, motivada pela morte de George Floyd em Minneapolis. O negro de 46 anos, acusado de utilizar uma nota falsa de 20 dólares, foi algemado, imobilizado e asfixiado pelo joelho do policial Derek Chauvin, que está preso. Na última terça, milhões de pessoas pelo mundo postaram imagens totalmente pretas nas redes sociais para se manifestar contra a discriminação racial - o próprio São Paulo entrou na campanha.

- Você ir na internet e falar que a vida negra também é importante... Eu não estou de acordo, porque para mim as vidas importam, seja branca, negra, lésbica, gay, qualquer vida é importante. Acho que as pessoas deveriam punir os infratores, não generalizar. Para mim todas as vidas têm o mesmo valor e o mesmo sentido. Ir na internet se posicionar não me diz alguma coisa, me diz alguma coisa se o que se fala condiz com o que se faz - prosseguiu o craque.

- Quando aconteceu a situação comigo da banana, um monte de gente colocou foto de banana. Cara, isso não é a melhor solução. A melhor solução é tomar as providências pertinentes. As pessoas não podem achar que tudo é se posicionar em rede social. Não, a gente tem que praticar. Não precisa as pessoas verem para sua ação ser verdadeira. As pessoas estão confundindo um pouco - disse Daniel.

O jogador da Seleção Brasileira também se colocou contra os protestos violentos:

- O ódio não pode ser combatido com ódio, tem que ser combatido com amor. Se você colocar teu ódio para fora você está se igualando ao infrator. A gente não pode ser extremista, temos que punir os preconceituosos, os racistas, não generalizar que todo branco é racista. O racismo a gente vive de perto nas favelas, no cotidiano. Também tenho muitos amigos gays. A gente vive o preconceito. A gente tem que tentar melhorar o que está do nosso lado, que todo mundo tente melhorar o que está ao alcance, senão a gente começa a virar extremista e tem que esperar chegar a situações graves como essa para tomar alguma providência. Fico super chateado que nestes momentos a gente ainda tenha que estar falando disso. As pessoas estão perdendo o senso do humanismo. A base de tudo é o respeito.