Soberanos do Morumbi

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Ambidestro, 10 do São Paulo na base promete ‘chegar perto’ de Hernanes

Lucas Fernandes iniciará 2016 com novas responsabilidades e os mesmos sonhos que alimenta há uma década; Ganso e Iniesta são as outras inspirações para o meia de 18 anos

Lucas no jogo contra o Atlético-PR, a decisão da Copa do Brasil Sub-20 deste ano (Foto: São Paulo FC)
Escrito por

Enquanto o São Paulo arma estratégias para agir no mercado e reforçar o elenco profissional sem muitos recursos, os olhos da torcida se voltam para as categorias de base do clube. E, com o peso da camisa 10, o meia Lucas Fernandes terá de carregar novas responsabilidades em 2016, começando pela Copa São Paulo de Juniores.

– É minha hora como camisa 10. A responsabilidade aumenta muito mais e eu preciso estar preparado para fazer a diferença. E esse time mostra que jogando em grupo a parte individual sempre aparece. A falta de dinheiro não deveria ser o único motivo para usar a base e me preocupo com esses problemas financeiros, mas como jogador confio na qualidade desta geração para ajudar o time de cima a conquistar títulos – apostou, ao LANCE!.

Lucas jogará o torneio pela terceira vez na carreira, toda construída no Tricolor. A próxima edição, que começa no fim de semana, será a primeira como titular e respaldada pelos títulos da Copa Ouro, da Copa do Brasil e da Copa Ipiranga com o time sub-20 neste ano. Além disso, foi campeão e o craque do Campeonato Brasileiro de seleções estaduais, resgatado pela CBF em dezembro e vencido pelo selecionado paulista.

O meia agora sonha ainda mais alto, mesmo que com cautela. Sabe que ainda é franzino demais e que precisa aprender muito antes de se destacar como profissional. Até mesmo na entrevista mostrou dificuldades de encarar a timidez. Arrastava o pé direito no gramado para disfarçar e só se desprendia quando falava de suas referências na posição.

– Cheguei a treinar uma ou duas semanas para pegar experiência. Foi bom, valeu a pena ver os jogadores lá de cima para evoluir. Reparei na calma que eles têm para fazer as coisas. Isso faz com que o jogo tenha um ritmo diferente. Fiquei olhando mais para o Ganso, né? Ele é da minha posição (risos). Olhei a capacidade técnica dele, como cria os lances, como desequilibra um jogo... Estou tentando aprender cada vez mais com ele. O problema é que foi só na observação mesmo (risos). A gente fica com vergonha, meio tímido de perguntar. Quando eu subir de vez, aí sim vou tentar conversar para pegar mais experiência - confessou o armador, antes de prosseguir com a lista:

- Na infância, minha referência era o Ronaldinho Gaúcho, no Barcelona. Aquela fase dele foi a mais top. Hoje em dia olho mais o Iniesta. Ele mostra que não precisa ficar segurando a bola para aparecer. O jogo dele é simples, de toque rápido e drible para fugir da marcação apenas. Me inspiro no jogo dele - disse.

A maior inspiração de Lucas Fernandes, no entanto, vem do passado. Quando tinha oito anos, vibrou com o tri mundial do São Paulo em 2005 sobre o Liverpool (ING) em meio a brincadeiras com o pai, que o obrigava a chutar com as duas pernas. Se a esquerda não fosse usada, a bola sumia. Melhor para o meia, que pôde crescer vendo a tese do pai comprovada pelos passos de Hernanes, ídolo tricolor e titular da Juventus, na Itália.

O camisa 10 do Tricolor em ação contra o Goiás, também na Copa do Brasil Sub-20, mas no CFA Laudo Natel, em Cotia (Foto: São Paulo FC)

– Se eu não chutasse com a esquerda, ele parava a brincadeira na hora. Eu fui pegando o jeito e o gosto, evolui e agora vejo resultado. É mais fácil no jogo, não preciso ficar ajeitando o corpo para tocar, chutar... Por isso me espelho muito no Hernanes. Vejo ele jogando e percebo que fica muito mais fácil por usar as duas pernas. A bola chega e é muito mais difícil ver um erro de domínio ou passe. E o chute dele é muito bom! Já me compararam a ele, fiquei feliz, mas é muita diferença, não dá para falar essas coisas ainda (risos). Só que eu quero evoluir para tentar ser parecido com ele um dia -  prometeu o garoto, que tem contrato até o fim de 2019, em renovação concluída durante esta temporada.

Confira bate-papo exclusivo com Lucas Fernandes:

Quais são suas origens na vida e no futebol?

Eu sou de São José dos Campos. Até nasci em São Bernardo, mas me criei em São José mesmo e comecei a jogar lá. Depois fui para o Moreira e me trouxeram para cá. Fiquei fazendo teste durante um ano e fui chamado para ficar de vez no São Paulo. Desde 2011 que estou aqui. Cheguei com 13 para 14, quando pude alojar.

O que sentiu quando chegou à Cotia?
É inexplicável a sensação quando se chega aqui a primeira vez. Parece que é uma coisa de outro país, de outro mundo. Para mim, que sempre fui são-paulino, foi ainda mais inesquecível. Vim conhecer e realizei a parte de um sonho. A outra é subir para o profissional.

Qual sua principal característica e no que precisa melhorar?

Acho que minha principal característica é a capacidade de ler o jogo, de não segurar tanto a bola. Não driblador, mas sou um cara que faz o jogo correr tocando a bola e deixando o companheiro em boa condição de chutar. Falta ainda experiência, maturidade, ganhar mais corpo. É visível, sou magro demais e franzino. Por isso tenho que evoluir para compensar isso.

Quais as memórias que tem da infância como torcedor?
Eu sempre fui apegado a futebol. Jogava na escolinha do São Paulo em São José e às vezes fazíamos excursões para o CT da Barra Funda. Era um sonho! Olhava tudo aquilo e queria estar lá. Quando vejo que estou mais perto do que antes... É uma sensação que só eu sei explicar. Já acostumei, mas ficava encantado. Agora é ter cabeça firme para subir e não descer de novo. Continuo empolgado! O momento que mais me marcou foi o Mundial de 2005, contra o Liverpool. Eu tinha oito anos quando o Rogério pegou aquela falta, tinha o Josué... Aquele título despertou de vez a vontade de jogar no São Paulo e até hoje uso esse sonho para me motivar.