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Sem Damião, Santos deve R$ 75 mi e compromete receitas até de 2019

Atacante conseguiu liminar na Justiça que rescinde seu contrato dois anos após o Peixe financias mais de R$ 40 milhões pelo atleta. Quebra de vínculo prevê multa a investidores

Tchau, Damião! Dois anos após apresentação de gala, atacante sai pela porta dos fundos (Foto: Ivan Storti/Santos FC)
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Dois anos depois do pagamento de 13 milhões de euros (R$ 42 milhões, na época), com apoio do fundo Doyen Sports, pela contratação do atacante Leandro Damião, a "bomba" explodiu no Santos. Nesta quinta-feira, o jogador de 26 anos conseguiu uma liminar na Justiça que quebra seu contrato em razão de três meses de atrasos salariais e dez meses sem a quitação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Assim, Damião está livre seu vínculo com o Peixe, que ia até 2019, e sua saída irá gerar novas dívidas para o Alvinegro. A primeira delas é justamente com a Doyen.

A partir desta quinta, dada a rescisão do contrato, o Santos passa a dever 18 milhões de euros à Doyen Sports. Em valores atuais, os números se aproximam de R$ 75 milhões, quantia pagável até 31 de janeiro de 2017 segundo o contrato original. A multa é justamente porque a liberdade contratual de Damião significa que a Doyen também "perdeu dinheiro" na operação, e agora o Santos terá que ressarcir. Para isso, a diretoria comandada por Odílio Rodrigues, deu como garantias da dívida algumas receitas futuras do clube.

Algumas das garantias dadas pelo Santos foram o patrocínio de uma montadora de automóveis (ligado ao Paulistão) de 2016, o acordo com a empresa que licencia produtos até 2019 e o contrato de fornecimento de material esportivo de 2018. Além disso, para pagar o financiamento, o Santos já havia se desfeito dos direitos econômicos de três promessas: Gabigol (1,15 milhão de euros por 20%), Geuvânio (750 mil euros por 35%) e Daniel Guedes (250 mil euros por 25%). Também foi comprometida parte do lucro da venda de Felipe Anderson à Lazio, da Itália - o Santos ainda tem essa dívida em aberto.

Damião assinou com o Santos em dezembro de 2013, quando foi comprado do Internacional por 13 milhões de euros. O fundo maltês Doyen Sports parcelou ao Peixe quatro parcelas de 3 milhões de euros, com o último 1 milhão de euros sendo responsabilidade do próprio Santos. Os valores foram pagos ao Inter em quatro parcelas (duas em janeiro de 2014, uma em abril e a última em novembro do mesmo ano). Todas tiveram atraso, mas foram quitadas normalmente.

A dívida com Damião aumenta graças ao processo de junho de 2015, sobre os salários atrasados. O Santos deixou de pagar R$ 2 milhões ao ex-camisa 9, que cobra o valor corrigido em sua ação, ainda sem o recurso do Peixe julgado. A decisão desta quinta-feira é uma liminar que permite a Damião trabalhar em 2016, sem obrigação de cumprimento de contrato com o Peixe. Porém, o clube ainda tem outras esferas a recorrer. Após a última instância, caso Damião de fato vença o processo, o débito será ainda maior, pois o Santos precisará cumprir o contrato até o fim, inclusive salários e direitos de imagem.

O Conselho Deliberativo do Santos elaborou um parecer em junho deste ano para recusar as contas de 2014. Nos próximos dias deverá haver uma reunião do órgão para externar a temeridade da gestão anterior. Há possibilidade de o Peixe acionar judicialmente os dirigentes responsáveis por operações como a compra de Leandro Damião.

Consultada pelo LANCE!, a Doyen Sports confirma a dívida de 18 milhões de euros do Santos e, segundo posicionamento, irá negociar a melhor maneira da dívida ser quitada dentro do prazo estabelecido.