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Empresa acusa Santos de fraude, e clube rebate: ‘Toque de desespero’

Após romper contrato e deixar o site de sócios do Peixe fora do ar desde o dia 16, a Redegol divulgou nota na qual acusa diretoria de burlar sistema de sócios antes de impeachment

Empresa acusou o Santos de tentar fraudar regularização de sócios antes de Assembleia Geral  (Foto: Lancepress!)
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A novela envolvendo Santos e Redegol parece estar longe de acabar. Nesta segunda-feira, a empresa soltou um comunicado no qual acusa o clube de tentar usar seu sistema para fraudar a regularização de associados que participaram da Assembleia Geral - votação que definiu a permanência de José Carlos Peres na presidência do Alvinegro. A empresa rompeu de maneira unilateral o contrato de prestação de serviços do sistema de associados do Peixe no último dia 16. Desde então, o site Sócio Rei está fora do ar. 

"Ao identificar a quitação de mensalidades de cerca de 100 sócios em um único dia (número apurado até o momento), a Secretaria Social do Santos, por meio do sistema desenvolvido pela Redegol, efetuou o estorno destes pagamentos a fim de manter estes sócios impedidos de votar. Após a realização dos estornos, o Santos, por meio de seu gerente de T.I., solicitou à Redegol que apagasse o histórico da movimentação dos pagamentos e estornos do sistema, de modo que tais operações não pudessem ser identificadas ou rastreadas", diz trecho do comunicado enviado à imprensa. 

A empresa afirma também que "outra solicitação feita pelo SFC à Redegol, dias antes da votação do impeachment, foi para que o sistema on line de emissão de segunda via de boletos das mensalidades fosse desligado, obrigando aqueles que pretendiam pagar seus débitos a o fazerem somente pessoalmente junto à Secretaria do Clube". 

O fato irrefutável é que houve solicitação por parte de pessoas ligadas diretamente à atual diretoria do Santos para que informações que podem ter influenciado o resultado da eleição fossem apagadas do sistema. Essas solicitações tratam-se de inquestionáveis atos ilícitos e independentemente de terem alterado o resultado do impeachment são mais que suficientes para ensejar a rescisão do contrato - disse Júlio Carvalho Oliveira, advogado da Redegol. 

Em contato com o LANCE!, o advogado disse que a empresa buscará indenizações na Justiça e que pode apresentar todos os documentos às autoridades, caso seja solicitado.

Santos fala em "oportunismo"
Procurado, o Santos se manifestou a respeito do comunicado da Redegol. O clube afirma que todos os documentos estão com as autoridades responsáveis e que a empresa está agindo de maneira oportunista. Corre um inquérito na Polícia Civil com o intuito de avaliar se o clube foi lesado na tentativa de acerto de várias mensalidades de uma vez só, de sócios que seriam da oposição. O clube diz que evidências apontam para fraude. 

"As medidas tomadas foram acauteladoras, com base em evidências de fraude cometidas por pessoas interessadas no êxito do impeachment. Todo assunto relativo a este ema já foi relatado e está em trâmite no procedimento investigatório que circula na Polícia Civil. No mais, se a Redegol considerou como um ilícito, por que supostamente o praticou? Por que não rescindiu de imediato o contrato? Por que queria uma garantia de 12 meses de permanência do contrato de gestão de sócios, via proposta encaminhada a SFC, 01 dia antes da carta de rescisão? A manifestação da Redegol é oportunista, desacreditada e com toque de desespero", diz o texto enviado à reportagem.

O clube diz ainda que "a Redegol deveria se preocupar em acatar a decisão judicial proferida na quinta-feira em seu desfavor e que determina o
Imediato restabelecimento dos serviços de gestão de sócios do Santos".

CONFIRA NA ÍNTEGRA O COMUNICADO DA REDEGOL: 
A Redegol, empresa que atuou por mais de um ano e meio como responsável pela instalação, operação de fornecimento de venda antecipada de ingressos e controle de bilheteria do Santos Futebol Clube, além da gestão do Programa Sócio Rei, decidiu pronunciar-se sobre o real motivo de ter retirado o site do programa de sócios santistas do ar. A empresa rescindiu contrato com o clube porque recebeu orientações que configuraram fraude durante o período de votação do impeachment do atual presidente, José Carlos Peres.

Para votar, o associado precisa seguir algumas regras; entre elas, estar adimplente. Alguns sócios inadimplentes, supostamente ligados à oposição da atual presidência, decidiram regularizar suas pendências às vésperas da votação. Ao identificar a quitação de mensalidades de cerca de 100 sócios em um único dia (número apurado até o momento), a Secretaria Social do Santos, por meio do sistema desenvolvido pela Redegol, efetuou o estorno destes pagamentos a fim de manter estes sócios impedidos de votar. Após a realização dos estornos, o Santos, por meio de seu gerente de T.I., solicitou à Redegol que apagasse o histórico da movimentação dos pagamentos e estornos do sistema, de modo que tais operações não pudessem ser identificadas ou rastreadas.

Outra solicitação feita pelo SFC à Redegol, dias antes da votação do impeachment, foi para que o sistema on line de emissão de segunda via de boletos das mensalidades fosse desligado, obrigando aqueles que pretendiam pagar seus débitos a o fazerem somente pessoalmente junto à Secretaria do Clube. O procedimento, além de dificultar a regularização dos débitos, deu ao Santos a possibilidade de selecionar quem poderia ou não pagar as mensalidades (em tese, privilegiando aqueles que votariam contra o impeachment). A Redegol, por meio de seu CAT (Cento de Atendimento ao Torcedor), chegou a receber algumas ligações de torcedores relatando que, mesmo tendo comparecido à secretaria do clube, não conseguiram a segunda via do boleto, porque foram informados pelas atendentes que o sistema estaria “fora do ar”.

"O estorno, com o objetivo de impedir esses sócios de votar, foi uma determinação vinda da superintendência do clube. O assunto se tornou motivo de boletim de ocorrência e causou revolta entre membros da torcida. Além da Redegol receber a ordem de bloquear o sistema dos sócios, dias depois também recebeu da mesma fonte a orientação de apagar do histórico do sistema, os vestígios desse ato ilícito", informou o Diretor de Tecnologia da Redegol. A solicitação foi feita por e-mail e as provas serão oportunamente apresentadas às autoridades.

O advogado da Redegol, Julio Carvalho Oliveira, afirma que a conduta adotada pelo SFC fere o princípio da boa-fé objetiva, que rege as relações contratuais segundo nossa legislação, uma vez que o sistema é apartidário e não visa favorecer uma gestão em especial, mas sim prestar serviços com ética e excelência aos torcedores associados. Também ressaltou que a atitude colocou a segurança e a idoneidade da Redegol em risco, já que a empresa era responsável pela confiabilidade e a inviolabilidade dos dados que tinha sob sua tutela, o que tornou impossível a continuidade da relação com o Santos e fundamentou a rescisão motivada do contrato por parte da Redegol.

"O fato irrefutável é que houve solicitação por parte de pessoas ligadas diretamente à atual diretoria do Santos F.C. para que informações que podem ter influenciado o resultado da eleição fossem apagadas do sistema. Essas solicitações tratam-se de inquestionáveis atos ilícitos e independentemente de terem alterado o resultado do impeachment são mais que suficientes para ensejar a rescisão do contrato", finaliza o advogado da Redegol.