Dorival Júnior se apaixonou pela cidade de Florianópolis em 1985, quando foi contratado, ainda como jogador, pelo Avaí. Em 2002, ele cumpriu uma "promessa" de morar na cidade, desta vez para ser auxiliar no Figueirense, onde depois passou a ser treinador. Ao longo de sua vida, ele escolheu Florianópolis como lar.
Nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, torneio que já venceu como técnico, Dorival retorna à cidade que escolheu para viver, mas como visitante, e comandando o Santos nas quartas de final do torneio que pode levá-lo à Libertadores-2016. Depois de passar por 17 clubes do país, o treinador estará no duelo dos times que mais o marcaram.
- Lá foi o meu início como treinador, já em uma equipe de Série A e tendo que alcançar objetivos e revelar jogadores. Chegamos na 10 colocação, o que foi um fato inédito na vida do Figueirense, depois montamos o time em 2004 e teve a final da Copa do Brasil. Foi um momento importante - explica Dorival, em entrevista ao LANCE!, relembrando sua história no outro lado.
No Santos, porém, Dorival Júnior já deu muitos indícios de que também está em casa. Além de ter faturado a própria Copa do Brasil em 2010, demonstrou que seu pensamento se encaixa muito bem no Peixe, devido à ascensão do time na temporada, que foi a zona de rebaixamento até a 7ª posição do Nacional.
O desempenho do time sob o comando de Dorival chega a ser animador não só para a torcida, mas até mesmo para o próprio profissional.
- Vejo o Santos equilibrado no Brasileirão, mas precisamos melhorar fora de casa. Eu nunca descartei lutar pela Copa do Brasil, porque é um campeonato que o Santos tem uma cara e vive um momento que pode fazer de tudo para que tenhamos possibilidade ampliada de poder chegar. Depende só das nossas forças - opina o atual comandante.
Em busca de "um salto", como gosta de dizer, Dorival crê que o Alvinegro se prepara para coisas boas e importantes em um futuro breve. Assim, a esperança é de fazer parte da próxima conquista, em vez de só preparar o time, como foi em 2010.
Se vencer o Figueirense em Floripa, Dorival tem a certeza de que ganhará fora.
– Porque agora minha casa é o Santos – diz, contente.
DORIVAL EM SANTA CATARINA
Como jogador - Enquanto atleta, Dorival Júnior chegou ao Avaí no ano de 1985. Depois, transferiu-se para o rival Joinville, onde ficou até 1988.
Como dirigente e auxiliar - Após a aposentadoria, formou-se em Educação Física e assumiu o cargo de gerente de futebol do Figueirense em 2002. Depois, convencido por Muricy Ramalho, tornou-se auxiliar-técnico antes de assumir o comando do Figueira.
Como técnico - Logo em 2004, conquistou seu primeiro título estadual pelo Figueirense. Depois, no ano seguinte, treinou o Criciúma.
DORIVAL NO SANTOS
2010 - Depois do título da Série B com o Vasco, Dorival Júnior chegou ao Santos e montou um time inesquecível com Neymar, Robinho, Ganso e cia. Faturou um Paulistão e a Copa do Brasil do mesmo ano antes de ser demitido em setembro. Sob seu comando, o Santos tinha média de 2,4 gols marcados por jogo.
2015 - Nesta sua segunda passagem, em 18 partidas livrou a equipe que brigava contra a zona do rebaixamento e já beira a zona do G4 do Brasileirão, a quatro pontos de distância. Na Copa do Brasil, disputou três partidas e venceu todas elas.
BATE-BOLA com DORIVAL JÚNIOR
TÉCNICO DO SANTOS, AO LANCE!
O Neymar disse que você tem química com o Santos. Concorda?
Acredito em identificação, ele foi feliz na colocação da palavra. A química é verdadeira, mas não é só esse fator, as coisas se complementam. Mas é um tipo de trabalho que gosto muito e sinto prazer de ver o Santos jogar como tem jogado ultimamente.
Você saiu do Santos antes da Libertadores de 2011. É uma obsessão sua disputar esse torneio?
Nunca foi obsessão. Mas tenho vontade, porque sei o que representa. Não são conquistas fáceis, mas alguma coisa de bom vai acontecer na vida do Santos, podem ter certeza disso.
Você já chama o Santos de sua casa?
Eu me sinto muito bem aqui em Santos, primeiro porque tivemos um trabalho que não foi finalizado, e espero que seja agora para retribuir.