Olhar do Porco

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

‘Dudu não é o culpado e pode, sim, render na meia. Mas com ressalvas’

Sem a companhia de um atleta mais passador, camisa 7 não conseguiu armar o time contra o São Paulo e teve princípio de atrito com Cuca. O que o clássico deixa de lição?

 (Foto: Bruno Ulivieri/Raw Image)
Escrito por

Dudu é muito veloz, sabe se movimentar por várias áreas do gramado e aparece para concluir jogadas. Não há mais dúvidas de que pode render muito bem na faixa central do gramado, como um armador. Basta observar a melhora dos números do camisa 7 depois que Marcelo Oliveira o tirou da ponta e o colocou na meia, em 2015, e a declaração que o próprio deu ao LANCE! na última quinta:

- Eu gosto mais, fico mais perto do gol, posso movimentar para os dois lados do campo. Pela esquerda, a gente fica muito focado em jogar só por ali e ajudar a marcar. Pelo meio, eu posso voltar para marcar e posso ir tanto para o lado direito quanto para o lado esquerdo. 

Dudu pode ser meia, mas não espere enxergar nele um pensador. Foi dessa figura que o Palmeiras sentiu falta na derrota para o São Paulo. O time não tinha Cleiton Xavier, este sim um articulador, e precisava de alguém para fazer Róger Guedes e Gabriel Jesus "entrarem" no jogo. Cuca imaginava que este alguém pudesse ser Dudu, mas ele não conseguiu e foi citado nominalmente pelo técnico na hora de explicar a fraca atuação do time:

- Dudu não teve uma produção ofensiva boa, errou passes, não foi uma boa partida. Esses passes errados geraram muitos contra-ataque para o São Paulo e isso nos prejudicou.

Ao saber das declarações, o jogador disse que "sempre acham alguém para criticar". Sim, houve um princípio de atrito entre duas figuras de personalidade forte. Não é a primeira vez: Dudu disparou contra Cuca ao ser substituído logo no início do jogo contra o Red Bull, mas um exame no dia seguinte revelou que ele sofrera uma lesão importante na coxa direita. Aquele episódio foi facilmente contornado e espera-se que este também seja. Trata-se de algo menos importante do que as lições que um Choque-Rei amplamente dominado pelo São Paulo pode deixar.

Sim, Dudu jogou mal e foi muito ineficiente na função que o técnico esperava para ele. Não, Dudu não pode ser considerado o maior culpado pelo resultado. Primeiro porque outros atletas foram muito mal. Além disso, a ausência de um passador fatalmente o prejudicaria. Esse passador (Moisés) entrou no intervalo, mas ajudou pouco porque precisou se desdobrar, uma vez que o meio de campo já não tinha nenhum exímio marcador. O mesmo Cuca que ganhou o jogo contra o Fluminense com suas substituições dessa vez acabou abrindo caminho para o domínio tricolor.


Obviamente não se pode tirar os méritos do adversário, que teve todos os seus meio-campistas em grande tarde. E encarar um Paulo Henrique Ganso inspirado com um meio pouco combativo às vezes configura suicídio. 

Cuca imagina que Gabriel Jesus já estará nos Estados Unidos com a Seleção Brasileira na quinta-feira, data do confronto com o Grêmio, no Pacaembu. Se Cleiton Xavier não voltar, Moisés deve estar em campo. Protegidos por dois volantes, ele e Dudu poderão se mexer e armar o time juntos. O oponente é o líder do Brasileirão, mas espera-se ver um time mais competitivo com o ímpeto de Dudu e a inteligência de Moisés no meio.