A vitória histórica do Fluminense por 2 a 0 sobre a Inter de Milão, nesta segunda-feira (30), teve um sabor especial para Renato Gaúcho. O técnico, que comandou o Tricolor na classificação para as quartas do Mundial de Clubes, tem um passado de polêmicas com o futebol italiano. Em 1989, em uma de suas entrevistas mais famosas, Renato Gaúcho criticou o "Calcio" e o classificou como "ridículo". Relembre o caso.
'Apelam para a porrada': críticas ao estilo de jogo
Questionado sobre sua visão do Campeonato Italiano em entrevista à revista "Placar", na época em que era jogador da Roma, Renato não teve papas na língua.
— É um futebol ridículo. Se não fossem os jogadores estrangeiros, ninguém falaria do Campeonato Italiano. A história de que o forte é a marcação é pura balela. Na verdade, dão muita porrada para truncar a jogada e nada mais — disparou.
Para o então atacante, a violência era um reflexo da falta de qualidade dos defensores. — Falta é técnica ao italiano para marcar um bom jogador somente na bola. Por isso eles apelam para a porrada mesmo.
Boicote por ser 'bonito e ganhar mais dinheiro'
Renato também afirmou na época que foi "boicotado" pelos próprios companheiros de Roma e explicou o motivo com a sinceridade e marra que o caracterizam.
— Não interessa a meus inimigos que eu jogue bem. Por isso sou boicotado dentro de campo. Eles me queimam na maior cara de pau — disse, antes de dar a declaração mais famosa da entrevista.
— Os jogadores ficam loucos comigo porque sou estrangeiro, bonito e ganho mais dinheiro que eles. Além disso, apareço mais nos jornais e as mulheres continuam pegando no meu pé. Eles só podem mesmo me odiar — afirmou, aos risos.
A passagem apagada de Renato Gaúcho pela Roma
A frustração de Renato tinha um contexto. Ele chegou à Roma na temporada 1988/89 cercado de expectativas, sob o comando do técnico sueco Nils Liedholm — uma lenda do futebol que, como jogador, marcou um dos gols da Suécia na final da Copa de 1958, contra o Brasil. Foi o próprio treinador quem o comparou ao craque holandês Gullit, do Milan, afirmando que Renato era o "Gullit branco".
Em campo, no entanto, o brasileiro não conseguiu brilhar. Com 4 gols em 33 jogos, foi constantemente cobrado por seu estilo individualista e, irritado com as críticas e com o que chamou de "time fraco e cheio de jogadores velhos", acabou retornando ao Flamengo no ano seguinte para continuar sendo o "Rei do Rio".
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