Escrito por Lance!
A seleção brasileira masculina universitária entra em campo hoje em busca de um título inédito. Pela primeira vez na história da Universíade, o Brasil chega a uma final. Enquanto a seleção feminina tem um tricampeonato na competição, a melhor colocação dos meninos até então havia sido dois terceiros lugares nas Universíades de Palma de Mallorca (1999) e Shenzhen (2011). Estando na final, o Brasil já tem garantido ao menos a medalha de prata.
- O segredo dessa campanha que está fazendo história é o trabalho em equipe, com muita dedicação e superação. É uma competição pesada, um nível muito alto, com jogos um em cima do outro - analisa o técnico Ariel Mamede.
A seleção universitária que está na Itália tem como base a Universo-GO (Universidade de Goiânia), com atletas do Jaraguá Esporte Clube, da segunda divisão goiana. São sete jogadores e o treinador Ariel Mamede. Ainda assim, a tradição do Brasil no futebol não se reflete no masculino universitário pois muitos jogadores atuam por clubes e se profissionalizam muito cedo, não tendo vida acadêmica.
- Seguimos com dois desfalques, o João Pedro, nosso principal meia, teve uma lesão muscular, e o zagueiro Léo Gharib, que até então era titular, teve uma fissura no pé e também está fora desde o jogo contra a França, na primeira fase. Ambos estão fora da competição - diz Mamede sobre a equipe.
O adversário de hoje será o Japão, que bateu a Itália, dona da casa, em semifinal emocionante, decidida nos pênaltis após empate em 3 a 3 no tempo normal. O Japão vencia por 3 a 1 até o final da partida. A Itália diminuiu faltando pouco minutos e empatou no último lance dos acréscimos, em pênalti discutível. Nos pênaltis o Japão venceu na série de cobranças alternadas.
Curiosamente o Japão, além de atual campeão dos Jogos e dono de seis ouros no futebol da Universíade, bateu o Brasil por 3 a 0 há 15 dias, em um jogo-treino às vésperas da abertura das competições em Nápoles.
- O Japão é um time muito preparado. Vem com a base do Torneio de Toulon, mais alguns jogadores da Copa América. É praticamente a seleção sub-22 oficial deles. São jogadores que estão entrosados, a intensidade deles é outra. Um nível muito acima. Estão no ciclo olímpico. Provavelmente grande parte dessa equipe estará nas Olimpíadas de Tóquio em 2020 - explica Mamede.
Mas a derrota de duas semanas atrás não incomoda o técnico brasileiro.
- Acho que nada disso afeta quanto à final. O amistoso foi um jogo diferente. Vinhamos de praticamente três dias sem treinar, com viagem longa e cansativa. É óbvio que pudemos conhecer um pouco deles e eles de nós. Mas o resultado do amistoso não interfere, ainda mais por se tratar de uma final.
A decisão de hoje será disputada no estádio Arechi, em Salerno, às 21h locais (16h de Brasília), e terá transmissão pel ESPN Brasil